sexta-feira, 14 de novembro de 2008

TEORIA DO DESTINO MANIFESTO

CLIQUE NA IMAGEM E VEJA MATERIA INTEIRA NA WIKIPEDIA

Esta pintura (cerca 1872) de John Gast chamada Progresso Americano é uma representação alegórica do Destino Manifesto. Na cena, uma mulher angelical, algumas vezes identificada como Colúmbia, (uma personificação dos Estados Unidos do século XIX) carregando a luz da "civilização" juntamente a colonizadores americanos, prendendo cabos telégrafo por onde passa. Há também Índios Americanos e animais selvagens do oeste "oficialmente" sendo afugentados pela personagem.




TEORIA AMERICANA PARA DOMINAR O MUNDO
E MOSTRAR A SUPREMACIA RACIAL


O Destino Manifesto é o pensamento que expressa a crença de que o povo dos Estados Unidos é eleito por Deus para comandar o mundo, e por isso o expansionismo americano é apenas o cumprimento da vontade Divina. Os defensores do Destino Manifesto acreditaram que expansão não só era boa, mas também era óbvia ("manifesto") e inevitável ("destino"). Originalmente uma frase de propaganda política do século XIX, o Destino Manifesto se tornou um termo histórico padrão, freqüentemente usado como um sinônimo para a expansão territorial dos Estados Unidos pelo Norte da América e pelo Oceano Pacífico [1]
As doutrinas do Destino Manifesto foram usadas explicitamente pelo governo e pela mídia norte-americana durante a década de 1840, até a compra de Gasden (sendo também inclusa a compra do Alasca por alguns historiadores), como justificativa do expansionismo norte-americano na América do Norte. O uso formal destas doutrinas deixou de ser usada oficialmente desde a década de 1850 até o final da década de 1880, quando foi então revivida, e passou a ser usada novamente por políticos norte-americanos como uma justificativa para o expansionismo norte-americano fora das Américas. Após isto, o uso da ideologia do Destino Manifesto deixou de ser utilizada explicitamente pela mídia e por políticos em geral, embora alguns especialistas acreditem que certas doutrinas do Destino Manifesto tenham, desde então, influenciado muito as ideologias e doutrinas imperialistas norte-americanas até os dias atuais [1].

segunda-feira, 11 de junho de 2007

MOVIMENTO ANARKISTA RADICAL

As Três Peneiras

Um rapaz procurou Sócrates e disse que precisava contar-lhe algo.

Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?

- Três peneiras?

- Sim. A primeira peneira é a Verdade. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido contar, a coisa deve morrer por aí mesmo.

Suponhamos então que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a Bondade.

O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: Necessidade.

Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

E, arremata Sócrates: - Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão nos beneficiaremos.

Caso contrário, esqueça e enterre tudo.

Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre irmãos, colegas de planeta.

Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz.

PESSOAS INTELIGENTES FALAM SOBRE IDÉIAS !

PESSOAS COMUNS FALAM SOBRE COISAS !

PESSOAS MEDÍOCRES FALAM SOBRE PESSOAS !




VOTO DO BURRO - ASSISTA







Conteúdo desta página:

1- Vídeo clip com Chico Anísio interpretando um monólogo na letra "M"
Texto e imagens;

2- Democracia X Monocracia - texto sobre as diferenças de sistemas políticos, por: Mago William;


3- M.A.R. - Movimento Anarkista Radical - Sistema de convivencia Social para o planeta - a grande conspiração pela Paz e pela Harmonia de todos com a Natureza;

4- O Banqueiro Anarquista - de Fernando Pessoa, escritor imortal portugues;


INTRODUÇÃO:



"Haverá o dia em os "Homens" vão deixar de ser Políticos
para serem verdadeiramente Humanos"
(Mago William)

Se os Políticos Corruptos pensam que não existem provas de seus crimes, dizia um Astrônomo famoso já falecido:
"A Ausência da Evidencia não é a Evidencia da Ausência."

A genialidade de Chico Anísio ao declamar um monólogo aLiterado que tem todas as palavras começadas com a letra"M" e fala de Humanidade e Política

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio -- maior maldade mundial.

Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matumbo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.

Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas.

Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, mercedes, motorista, mãos... Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meiágua, menos, marquise.

Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.

Veja o vídeo.







DEMOCRACIA X MONOCRACIA

Por: Mago William

São duas palavras muito diferentes, mas com uma terminologia idênticas, “acho” que deve ser por isso que o poder as confunde.

Claro que é ironia, não tem nada a ver Democracia com Monocracia, uma fala dos direitos iguais dos cidadãos, outra fala do controle político por um único representante, onde Você acha que vive?

Pois é, tudo nos leva a crer que vivemos em uma Monocracia disfarçada de Democracia, pois uma classe de Políticos representando interesses corporativistas, elegem por voto de cabresto (obrigação do voto), aquele que mais lhes convém.

Embora que muitos vão discordar deste raciocínio, e levantar polêmicas estonteantes, mas na realidade são cinzas no ventilador para tentar cegar a visão clara que nos força a ver que estamos sendo controlados por um sistema de dominação regidas pelo Estado de Roma, uma Roma Imperialista, e isso não é conversa de Comunista, Operário, ou Militante de Facções Radicais, É apenas uma constatação Real de um Sistema de dominação caótico e inadequado para os tempos atuais.

Ninguém para, para refletir sobre o fato ridículo de estamos todos sofrendo traumas quase incuráveis em todos os níveis sociais e o sistema só vê “soluções” repressivas que aguçam a mente criminosa, e amedronta os Cidadãos Honestos, causando um clima de guerra social em que o inimigo esta sempre oculto e muitos vezes ao nosso lado, dentro de nossas casas. Uma fábrica de marginais que escraviza e promove a selvageria para gerar renda para as classes dominantes e atitudes covardes dos que não se rendem as regras do sistema.

No momento que a Comunidade Dominada, que é a grande e Soberana Maioria, se tocar que é a única responsável por todo o inferno que vivemos na terra, e que tudo poderia ser muito diferente, o verdadeiro paraíso na Terra, tempos de segurança e felicidade geral para todos os níveis sociais e um sistema que simplesmente abolirá a violência, transmutando ações nocivas e repressivas,
por atitudes verdadeiras e diretas, tomadas sem hipocrisia e ganância protecionista. Atitudes transparentes e pacíficas, aí sim, estaremos caminhando para uma convivência Social harmônica e Verdadeira, onde o Povo toma as rédeas do poder e Juntos promovem o progresso da Humanidade em comunhão com a Natureza, um verdadeiro resgate da palavra Humanidade, ou seja Uma Unidade, Com Unidade, Comum Unidade.

E esta tudo Pronto para começar, é só haver colaboração para compreender e aprender o que fazer para tornar estas palavras em atitudes práticas, com os ensinamentos do MAR que pode ser conhecido aqui e agora:

Mergulhe nas ondas deste MAR,
E encontre neste movimento um oceano de felicidade.


A grande Oração

Aqui estou Eu,
Que nada mais sou
Do que tu;
Uma parte do todo
A que nos transformamos
A cada dia,
Pela simples razão de que,
Precisamos juntos viver
E Ser uma só coisa
Nesta transformação
A que nos submetemos,
Tu te confundes comigo,
Porque és fruto, és parte de mim,
E Eu de Ti
Porque me transformas,
E Eu a Ti.




ATENÇÃO POVOS DO MUNDO!

É chegada a hora da grande revolução!

Os sistemas estão falidos, e os dominantes só conhecem a teoria do Caos;

Até os pensamentos mais puros estão contaminados com a agonia.
Em benefício próprio, governos escravizam e destoem todo o planeta,
Em nome do “bem estar dos povos civilizados”, milhões são exterminados.

Não há ética para a sede de poder,
Não há escrúpulo para a ganância e o egoísmo doentio.

O bom guerreiro é aquele que conhece o mal e não se contamina;

A Verdade é o bem maior da humanidade.

E se é Verdadeiro, nos dá o Direito;

Um Ser Realmente Patriota deve estar Sempre Preparado para
Defender o Seu Pais, Contra o “seu governo”;


Não precisamos mais de uma política partidária,
Não toleramos mais tantos “partidos”, sem união;
Somos uma só espécie de seres Humanos,
Habitamos todos a mesma casa no universo,
Somos todos responsáveis diretos pelo bem estar de todos a nossa volta, Humanos, ou não; somos responsáveis, porque pensamos e
Temos consciência de nossa existência, temos ideais,
Que não podem ser tão pobres e inconseqüentes a ponto de
Provocar a nossa própria extinção e sofrimento eternos,
O que estamos fazendo com a nossa vida?!?
O que estamos fazendo com a vida de nossos filhos?!?
Que Amor é esse?

O MAR CHEGOU PARA INUNDAR DE CONSCIENCIA PLENA
AS TERRAS ÁRIDAS DE LUCIDEZ.
BANHE-SE NESTAS AGUAS MORNAS E PULSANTES
DE VONTADE E REALIZAÇÃO.

OBS: Este texto esta em constante atualização, em constante construção;

É muito importante, por ser aparentemente superficial e simples em sua abordagem literária, que qualquer que seja a dúvida ou questionamento, seja anotado, para após a leitura de todo o conteúdo, possa determinar quantas dúvidas ainda restam, se estas dúvidas, ou questionamentos forem realmente importantes para esclarecer dúvidas sobre o real funcionamento deste sistema, podem enviar E-mail para: magowilliam@hotmail.com , suas observações são muito importantes para nós, pois estamos tentando propagar uma formula diferente de ver o sistema de convivência social de uma ótica onde nada do que existe deve ser considerado e sim o que pode vir a ser. As soluções que são lançadas todos os dias pela sociedade, dita organizada está condicionada aos mesmos erros de observação que o atual sistema impõe a séculos, daí se estranhar algumas sugestões que são colocadas no decorrer deste texto, que nada mais é do que uma tentativa de poder ajudar de forma imparcial e sem qualquer forma de preconceitos a nossa sociedade mundial, entendendo toda a sua diversidade e complexidade de sistemas político/religiosos espalhados por todos os cantos do planeta.

Salientando que é uma proposta totalmente nova, inclusive na forma de pressão, nunca antes experimentada, para que as autoridades possam se adequar, e poder promover da forma como deve ser, pacificamente e com total consciência de que é o melhor investimento a “curto prazo”, para aplicarmos e experimentarmos na prática.

A própria sociedade poderá, caso esta experiência não dê certo , optar por qualquer sistema que seja a vontade da comunidade mundial.

Não haverá imposições, e sempre deveremos promover o consenso entre os interesses coletivos e dos grupos sociais envolvidos na proposta .

Ao criticar o projeto, tenha sempre em mente, que se você soubesse qual a saída para a sua crise e a do planeta, não haveria em seu íntimo este vazio, esta revolta, este descontentamento, esta ansiedade em querer que algo possa acontecer, e o nosso planeta seria o paraíso perdido, que nos conta os livros sagrados, portanto respeite o que não conhece e se permita experimentar esta nova proposta que pode, sim, transformar a sua e a realidade de todos em nosso planeta.

M.A.R.
MOVIMENTO ANARKISTA RADICAL
Projeto social idealizado por : Mago William

O que significa a sigla: M.A.R. ?

M: de movimento, ao contrário de partido que parte a sociedade em facções, o movimento agrupa as facções em um só objetivo: o bem comum, respeitando as diversidades;

A: Significa um sistema Anárquico, mas com uma nova leitura, uma nova consciencia político/social, daí se escrever a palavra com a letra "K", ou seja: ANARKISTA, pois visa a liberdade de expressão, o direito de ir e vir de todos os povos do mundo, o livre comércio entre as nações e o governo soberano do povo, onde os representantes comunitários (antigos Políticos), não tem poder isolado de decisão e todas as decisões são feitas por votação popular.

R: a palavra RADICAL, não é aqui sinônimo de intransigência, e sim, daquele que busca o princípio das coisas, como resolver os problemas que nos afringe pela raiz do, pela causa e não pelo efeito como estamos acostumados, gerando cada dia mais problemas sociais e ecológicos, é buscar com verdadeira vontade e sem mêdo as soluções para dar ao mundo a paz que todos buscam, mesmo que aparentemente nos pareça estranho, para os moldes de nossa atual sociedade e sistema político pareça errado, fora de propósito, mesmo assim, tentarmos experimentar algo revolucionário, que pode romper com o Estado Imperial Romano a que somos impostos a obedecer, e ao contrario dos senhores da Guerra, experimentar uma revolução da inteligência, da Razão acima de todas as coisas e de todos os poderes, uma revolução por meio da
paz e não das armas, em que todos os povos, independentes de seus governantes e de seus líderes religiosos, experimentam a grande transgressão social, experimentam como se pode ser feliz e vivermos em paz verdadeira, sem que para isso se precise dar um tiro sequer, e sim experimentar a grande Arma, o Amor ao próximo, o Silencio, a Inércia e a Indiferença a tudo o que estiver nos sendo imposto, e a tudo o que esta errado, e para que isto se realize é importante que se entenda sem reservas morais o que esta proposto a seguir.


O que realmente importa é que, independente da sua, da minha, ou da nossa VONTADE, que “tudo domina e transforma”, todas as águas correm para o MAR.

A Verdade suprema que rege o Universo, de uma forma mecânica engrena as peças em seu tempo e formas mais adequadas. Quando o homem (agente transformador de realidades) interfere, retarda ou avança desastrosamente o processo .

Esta é uma regra básica para o entendimento do PROGRAMA DE TRANSFORMAÇÃO proposto pelo MAR.

É alcançando este entendimento que abriremos uma janela para a grande transformação social, precisa e necessária, que acontecerá sem as formas corroídas do passado. Será aceito por força de sua própria expressão e muito ao contrário do que os visionários, profetas e líderes políticos possam perceber.

Uma proposta já elaborada será divulgada em todo o planeta pelos agentes do grande movimento de transformação, que deverá transformar a mente da sociedade mundial, reciclando profissões, extinguindo o estado de miséria, globalizando todos os países sem exceção.

Fragmentos da grande engrenagem estão sendo testados na prática em várias partes do planeta; por força da consciência universal (que é absoluta por força da Natureza), os líderes políticos, inspirados por fatos e acontecimentos que forçam a “conceber” fórmulas de tentar encontrar A SAÍDA; porque o CAOS é iminente e, dentro da lógica atual, um “mal necessário” à transformação pela força das armas, da fome e todos os meios que “o poder” tem para oprimir e condicionar a sociedade produtiva em fórmulas cansadas de resultados imediatos.

Ação de conseqüências desastrosas, em maiores proporções o mal social gerado, torna a ação reparadora em destruidora.

Alguns dos meios de transformação que estão sendo testados, sem a plena consciência de tudo o que pode ser alcançado, são:

1 - Na programação do Rock In Rio 2000 foi feito um movimento entre as principais emissoras de rádio e TV (Rede Globo e rádios associadas), para propor três minutos de silêncio total, numa verdadeira expressão do poder transformador do silencio.

2 - Os líderes religiosos mundiais estão se reunindo, mesmo sem haver por parte deles uma proposta concreta de transformação (que já está pronta e elaborada pelo: MAR: Movimento Artístico e Religioso, ou : Movimento Anarkista Radikal, certos de que é preciso traçar meios de conviver sem guerras e em harmonia.

Na realidade, devemos conviver em paz, evoluindo de forma ecologicamente correta, com participação dos seres humanos em todo o processo evolutivo de nossa civilização, seja no campo político ou religioso, procurando sempre as melhores fórmulas de crescer tecnologicamente, sempre em sintonia com a Natureza Universal .

O MAR tem como fundamento básico dimensionar o ser humano em seu Real estado de Ser, Cósmico, Universal; dar a exata proporção de seu dimensionamento divino de ser transformador quando consciente de suas potencialidades, capazes de realizar milagres que nem mesmo profetas e visionários conseguiram conceber.

A pregação errônea por parte das igrejas, que diminui o ser em coisa, um produto do pecado, distancia para uma “outra vida” a possibilidade de iluminação. A pregação de que nos é sempre preciso muletas para nos dirigir na política, perpetua a ignorância, programada pelos seres “de poder”, que exploram mão de obra barata.

Nos tempos atuais da informatização, a tecnologia, a passos largos, está transformando a nossa “realidade”, e as empresas estão necessitando de profissionais em todas as áreas da produção, bem informatizados e produtivamente polivalentes, valendo cada vez mais aqueles profissionais que, bem preparados para os novos tempos, passam a valer cifras astronômicas, justamente por sua escassez.

Por outro lado, uma massa humana condicionada pelo tempo, ignorante, vaga sem fronteiras e horizontes, sem visualizar as possibilidades e as condições a que tem direito, tentando sobreviver na selva urbana marginalizada por uma minoria de cidadãos que podem (e tem) o conhecimento de seus deveres.

Na dita “sociedade” - uma sociedade que exclui o efeito e esconde a causa – é uma sociedade adoecida, que precisa de tratamento médico e psicológico para poder se dimensionar em uma nova realidade, mais justa e Real, em que todas as criaturas possam ter assegurados os seus direitos de ser humano individual e coletivo. Este, o Real e, por que não dizer, Divino Poder: proteger, acima de todas as coisas, nossa harmonia com toda a Natureza, mantendo seu equilíbrio ecológico.

Dentro deste contexto estão inseridos todos os interesses mundiais, sejam eles culturais, financeiros ou ambas as coisas.

É quando um Programa de Transformação se faz necessário. Até agora, não foi apresentado por nenhuma liderança mundial, seja ela política ou religiosa.

Desde 1992 que o MAR experimenta cientificamente (e defende teoricamente) a sua tese filosófica – mesmo a despeito de muita resistência de compreensão e aceitação pelas mentes condicionadas às fórmulas deste sistema milenar de “convivência bárbara”, “feudal”, “mitológica”.

A ironia é que os mais musculosos e mais bem preparados bélicamente podem ser destruídos pelo gesto frágil e pelo dedo flácido de qualquer elemento, com ou sem propósitos.

Portanto, vamos acordar para uma nova Realidade, em que os sofrimentos provocados por nós ao próximo não passem de coisas pessoais, passionais, mas que o ser humano não reconheça a necessidade da guerra e da destruição dos seus semelhantes (atingidos desde suas primeiras pinimbas políticas), de todo o eco sistema.

Agora que sentimos e sabemos que temos que mudar, basta-nos determinar quando e como.
O MAR sente, sabe e pode transformar toda essa realidade com que somos forçados a conviver, não pela simples ignorância, não pela ignorância do povo, mas pela pior de todas as ignorâncias, reconhecida como a “ignorância dos cultos”.

O desconhecimento, por parte dos dirigentes político/religiosos, sobre as devidas soluções que podem evitar o caos e fazer-nos transcender à humanidade, gerará uma realidade progressivamente material, fundamentalmente, espiritual. O equilíbrio das energias que nos domina.

O PODER DO SILENCIO SISTEMÁTICO

Todas as nações têm suas histórias de conquistas e conquistadores.
Surgiram heróis e tiranos, tendo sempre o povo como bucha de canhão.
Como exemplo, algo mais próximo de nós: nosso país, nossa história.

Desde a chegada dos invasores brancos à nossa terra que o povo nativo sobrevive ao poderio do condicionamento promovido pela força das armas, do “poder”, da cultura dos povos “civilizados” que, ainda hoje, exploram nossas riquezas e nossa mão de obra de forma escrava.

Só que, num paradoxo, o mesmo povo que se sujeita a todos os tipos de exploração e condicionamentos sociais, sobrevive e evolui de forma independente e progressiva, totalmente à parte das malhas do poder. O povo navega, com sua sabedoria, sobre as águas turvas e sinuosas dos mares do “poder.”

Mesmo sem os mecanismos apropriados, os povos de todos os regimes políticos do planeta têm um só sentimento dentro de sua mente, bem dentro do inconsciente coletivo: sobreviver, contornando as armadilhas impostas pela força do “poder”.

É uma atitude inconsciente e involuntária (totalmente anárkica ), não planejada, intuitiva, involuntária... Em nosso código genético, todas as formas impulsivas de sobrevivência, daí estarmos até hoje progredindo e tentando, de nossa forma, dentro das nossas possibilidades, combater as imposições arbitrárias do “poder”.

Sem saber, a lei do silencio, da inércia, da rebeldia, são aplicadas a cada instante, retardando as manobras do poder, forçando-os a contornar atitudes desastrosas.

A proposta do mar é dar a população mundial um programa para implantação de um SISTEMA DE CONVIVENCIA SOCIAL PARA O NOVO MILÊNIO, baseado em uma análise imparcial de tudo o que é de melhor em todos os sistemas de dominação político/religiosa em todo o planeta, e formulou o MAR – Movimento Anarkista Radical, ou Movimento Artístico Religioso.

De posse deste programa de mudança e convivência, e da arma estratégica para forçar a mudança em toda a sua plenitude, que consiste em silenciar e ensurdecer para tudo o que for autoridade política de todo e qualquer sistema.

Após a total derrubada do poder político sobre os povos da terra, entra então em ação os primeiros passos para a mudança total.

O dia da ressurreição, em que a humanidade dormirá em um sistema e acordará em um mundo renovado, ressuscitado, em que 90% da marginalidade estará redimida e desaparecerá do nosso planeta, uma nova política comercial, sem fronteiras, extinguirá o conceito de “contrabando”, e uma nova política de prevenção contra as drogas, eliminará o trafico, o traficante, os “aviões”, os cartéis, os assassinatos, os policiais corruptos, a marginalidade estará absorvida, por falta de jurisprudência. Estas duas atitudes darão ao mundo, anos de tranqüilidade havendo espaço apenas para os crimes passionais , que a cultura e o estímulo mental, vão diminuindo gradativamente com o tempo.

A classe política sem poder, deverá ser reciclada e aqueles que realmente gostarem de política devem concorrer para líderes comunitários , que deverá assumir o lugar dos vereadores, deputados e senadores. Estes líderes, vão representar sua comunidade em conselhos representativos, decisões políticas, votações de leis e projetos populares, sem poder de decisão, valendo apenas o seu voto individual, igual a todo cidadão.

Com o papel principal de porta voz da opinião de sua comunidade, deverá apresentar as propostas e projetos, que devem sempre visar o bem estar da maioria, cargo comissionado em percentual por produtividade e estabilidade, sem imunidade.

Com uma administração rotativa, totalmente informatizada, com um plenário popular com votação aberta, tudo deve ser posto em votação e comunicado aos interessados diretos e, em local específico para outros povos. Todos os projetos e leis devem Ter a aprovação da maioria da comunidade envolvida de forma direta.

A informatização generalizada de forma total e com qualidade, deverá dar a todos a oportunidade de acesso a tecnologia e ao conhecimento científico em todas as partes do planeta.
Uma revolução cultural e de reciclagem profissionalizante fará a comunidade mundial “acordar” para a nova realidade, acordar para o MAR.

PROJETO SOCIAL

COMO TRANSCENDER PARA O MAR:


- O povo;
- A classe política;
- As Empresas que exploram minerais e vegetais;
- Empresas e indústrias em geral;
- As religiões;
- As nações indígenas;
- Os militares
- A classe artística;
- Pesquisas científicas e tecnológicas;

O MAR, não é um sistema que, em sua essência, vise qualquer forma de dominação, consequentemente não há exploração de mão de obra.

O indivíduo, como cidadão do mundo, É, para todos os servidores públicos, respeitado como soberano, este é educado para conhecer todos os mecanismos para sua própria evolução, o ensino básico e fundamental, é vocacional e profissionalizante, preparando cada indivíduo, para exercer da melhor forma a profissão em que Ele melhor se enquadra, de acordo com o seu perfil psicológico, intuitivo, mesmo que sejam várias atividades .

Todos, em todos os níveis sociais (sim, por que esses, vão continuar existindo, como forma de estímulo para evolução material, e adequação social) , vão Ter acesso a tudo o que for possível, para valorizar o seu conhecimento profissional e intelectual, a um simples toque de dedo, via rede de informática.

O tempo de ensino, será reduzido de acordo com a capacidade de absorção de cada indivíduo, sem vestibulares, o elemento apto a assumir lugar em empresas, já como profissional, terá como curriculum, sua avaliação profissional com experiência prática de trabalho, além de seu histórico educacional. Aí, o elemento valerá o quanto pesa o seu histórico educacional, é seu histórico que lhe garantirá uma boa negociação salarial, pois, cada indivíduo é transformado em empresa individual, com recolhimento de 10% sobre o seu faturamento bruto, tendo todas os direitos que uma grande empresa.

O programa de geração de emprego ( da empresa individual), e renda, estimulará as grandes empresas contratarem serviços terceirizados, no sistema de produção sistemática.

- O POVO

A população mundial, o povo do planeta, aqueles que trabalham e são subordinados - estão fora desta classificação ( sem discriminação ) : os donos de empresas, a classe política e lideranças religiosas, em suma : o poder da espécie humana – devem, silenciosamente, internamente , realizarem uma leitura em todo o programa sugerido, e fazer uma avaliação séria e definitiva, de como você se enquadra e se comporta neste sistema, o que tem conseguido, e o que pretendia conseguir, seja sincero com você mesmo, é definitivo, é uma escolha para o seu futuro.

Estamos em uma sociedade doente e paranóica, logo, se estamos dentro deste contexto , somos nós indivíduos doentes, mental e fisicamente, conscientes ou inconscientes, somos doentes.

Não é a instalação de uma consciência hipocondríaca, e sim a constatação de uma séria realidade, em que o final é uma morte precoce e uma vida produtivamente inválida, já que dos 10% de uso cerebral, nós só podemos utilizar 4% em média alta, por falta e condições de acesso .

Como seres doentes, se tomarmos a iniciativa de nos resolvermos, poderemos sarar a maioria dos nossos males adquiridos.

Nos colocando em grupos de terapia e reciclagem social, instituído para dar ao paciente o Real dimensionamento de seu potencial humano e produtivo, como elemento comunitário .

Agora, cientes de que precisamos de uma mudança fundamental e totalmente desconhecida por nós, nos rendemos a esta nova experiência, já que passamos por tantas sugeridas e perigosamente desastrosas, vamos experimentar os passos para a mudança, e nos “armar” para exercitar o poder mundial do silencio e da surdez política.

Em que, de acordo com o novo sistema, todos os poderes do planeta deverão se adequar para sobreviver em sua majestade e conservar a sua integridade patrimonial, já que devem extinguir tudo o que dominam, e entregar a casa, para o sistema novo operar, e dependendo da sua participação na adequação sistemática, poderá ser incluído na nova administração social, como : Líderes Comunitários , porém sem poder de decisão individual, já que o sistema só aceita projetos de leis votados em plenário de rede , com aprovação da real maioria diretamente envolvida. Para tanto um aparelho comunicador, tipo celular avançado deverá ser conectado à rede , sempre que o cidadão soberano, tiver que optar em qualquer projeto que envolva sua comunidade direta .

OS TRABALHADORES DAS INDÚSTRIAS E GRANDES EMPRESAS

Os trabalhadores devem receber treinamento de atualização profissional, pagos pelas empresas e deduzidos do imposto, para dimensionar os seus trabalhadores e entregar-lhes os documentos que os tornarão empresários independentes com liberdade para negociar o seu piso salarial de acordo com sua categoria , ou independente dela, em caso de valorização, nunca deve ser faturado cobranças de serviços abaixo dos tetos mínimos de cada categoria, sob pena de multas e outras punições.

A seguridade por aposentadoria, deverá acontecer por faixa etária (50), independente de estar ou não ativo.

Existe um teto mínimo a ser decidido, que proporcione, além de todas as regalias naturais que o sistema proporciona, como : o paraíso da terceira idade, o transporte circular de turismo planetário, tudo para transformar a terceira idade em uma passagem natural e prazerosa, em a que fartura e felicidade plena seja o juízo final.

Com o incentivo incondicional às pesquisas tecnocientíficas, a qualidade e o tempo de vida será prolongado ao máximo, desde que com naturalidade e conforto .

A CLASSE POLÍTICA MUNDIAL

Bem intencionados ou não, a classe política mundial deve acabar e ser transformada. Devem, os realmente interessados em causas públicas, atuarem nos centros de administração comunitária, para operarem como representantes comunitários em questões de representatividade das comunidades envolvidas.

As ruas devem ser transformadas em condomínios , com administração própria e rotativa, obedecendo a um projeto aprovado pela maioria residente, sempre sujeito a novas adaptações e reformas, que de todas as formas seja de utilidade pública.

Tudo o que estava pendente, acaba, desaparece, tudo deve começar do PONTO ZERO , momento em que acontece a transformação, como em uma passagem de um ano para o outro, o amanhecer para um novo tempo, traz a paz e a liberdade de todas as pendências, dívidas públicas, dívidas internas e externas, tudo o que for de política fica sem efeito, sem movimento, sem mecanismo para operar, forçando a máquina a Ter de se adaptar ao novo sistema.

Se todos os subordinados do planeta seguirem as instruções de silenciar, sincronizadamente como em uma sinfonia, de estarem inertes, de estarem surdos, para todas as atitudes políticas, não haverá uma nova eleição neste planeta, e a HUMANIDADE, estará redimida de toda a carga que o espírito do poder, tem causado a todas as gerações de seres humanos que residem no paraíso e são forçados a transformá-lo em um “inferno”, pela cegueira do condicionamento social que domina até os lúcidos, pois, não conseguem ver fora da aliança, seguem o círculo vicioso das armadilhas do sistema, que consegue usar até os iluminados como Jesus, em suas teias e propósitos .

O libertador é usado para condicionar a mente humana em conceitos que sempre vão criar pecados e traumas, já que a natureza humana é intimamente animal e extraordinariamente inteligente, muitos não conseguem estar conscientes o tempo todo, dando vazão aos instintos animais que esporram como um vulcão, que tarda mas não falta, provando que o ser natural não aceita conceitos morais como regra determinante de comportamento, ele é essencialmente um infrator .

Daí, certos de não poderem operar em benefício próprio, utilizando a máquina pública, e o poder entregue agora a todos, de uma forma geral e imutável, a classe política deverá se adaptar rapidamente, dada as formas de crescimento material possível, em pouco espaço de tempo, a população mundial irá cada vez mais aprimorar as possibilidades de expandir a nossa existência em outros espaços neste e em outros planetas.

O que é determinante é que este sistema não pode acontecer sem que a transformação seja efetuada em todo o planeta, já que se for fragmentado pode e será boicotado e deverá acontecer muitas dificuldades para os seus seguidores.

Embora lúcido e pacífico, exigindo apenas boa vontade e compaixão, o MAR pode ser mal interpretado pelos poderosos, que se sentirem, por ignorância do sistema, afetados e prejudicados, a estes, antes de qualquer atitude impulsiva e emergencial, escute e compreenda que no fim estamos todos juntos, e em breve a falta de alguns recursos naturais vão fazer falta a todos nós ricos ou pobres e a nossa qualidade de vida será péssima.

Mudar de forma radical é a solução para um recomeço em que tudo estará bem, em paz, e quem tem poder financeiro poderá investir nas novas formas de exploração, agora de forma mais durável e reciclável.

Receber um mundo sadio em curto prazo, é tudo o que sonham todas as criaturas conscientes do planeta.

É muito difícil para um filósofo, extrair de sua mente inspirada, tudo o que pode ser feito para transformar o nosso sistema doente em um MAR de possibilidades .

O MAR propõe que se faça uma conferencia mundial em que toda a liderança política deve elaborar perguntas que devem ser respondidas em discurso, e, posterior debate.

Cada ponto é um ponto e merece solução adequada ao novo sistema.

Por conter muitas faces, a estrutura da mecânica operacional do sistema, é simples, porém complexa para se exemplificar sem uma prática instrutiva, para dar cunho científico aos executores da experiência .

AS EMPRESAS DE EXPLORAÇÃO DE MINERAIS E VEGETAIS

Não existem critérios de propriedade para esta exploração, sendo por vezes de ordem privada, por vezes de ordem pública.

As leis de proteção ambiental são brandas e cegas em alguns casos, permitindo que estas empresas possam infringir e degradar o nosso tão frágil Meio Ambiente Natural.

Sem querer ser extenso nas observações, o MAR pretende que :

a- Todas as explorações de riquezas minerais e vegetais sejam de ordem do Estado Maior
(Sociedade Mundial), e que estas tenham regras claras e bem definidas para a mesma exploração, em se tratando da matéria prima;

b- Que seja retirada apenas o indispensável para as indústrias de beneficiamento aproveitarem em seus produtos comercializáveis, estas indústrias devem ser de ordem privada;

c- Que seja imediatamente substituído, no caso da matéria prima vegetal, na escala de 1 por 10 cada arvore utilizada, prevendo assim sua maturidade para o aproveitamento;

d- Deve ser difundido a consciência ecológica de forma a ensinar que o Ser Humano não precisa de utilizar a madeira para muitos fins banais tais como :

- Móveis, fósforos, armações de estruturas de engenharia, carvão para grandes fornos, e todos os outros fins em que haja tecnologia substitutiva.

- No caso dos minerais o mesmo deve ser considerado dentro dos parâmetros de reciclagem;

Só o Estado tem o domínio de todas as fontes de recursos naturais do planeta, feito a retirada da matéria prima de forma sustentável, o produto deve ser comercializado para as empresas privadas de beneficiamento.

EMPRESAS E INDÚSTRIAS EM GERAL

Todas as empresas e indústrias do planeta, de qualquer que seja a exploração comercial deve ser reequipada e passar por um treinamento técnico de atualização tanto na política trabalhista, pois, terá que se adaptar ao sistema que reza : todo Cidadão é uma Empresa privada e sua negociação contratual deve obedecer aos critérios criados para este fim, tais como os do teto mínimo salarial para cada categoria e a livre negociação contratual de acordo com a capacitação de cada Empresa Individual e sua produtividade.

Todas as Empresas e Indústrias devem adotar uma política de preservação ambiental e de reciclagem de seus materiais, com reaproveitamento de seus resíduos industriais.

Outro ponto fundamental é o treinamento técnico e a capacitação dos anteriormente considerados empregados, para que estes possam visualizar as possibilidades de evoluir como Empresa Individual, e receber do seu contratante, antes chamado de empregador o subsídio necessário para este fim.

Estes critérios são estratégicos, e fundamentais para a auto sustentação da comunidade mundial produtiva.
É fundamental também para os Empresários que ganham em produtividade, qualidade profissional, e desempenho de seus produtos, podendo o contratante responsabilizar a Empresa Individual quando um produto vier a apresentar falhas na sua concepção e finalização , da mesma forma que hoje são punidos os que falham nos serviços terceirizados.

AS RELIGIÕES DO PLANETA

Tudo pode ser revisto e adaptado para a nova era sem o prejuízo de suas filosofias e dogmas fundamentais.

As religiões são as maiores responsáveis pelos cabrestos sociais, fundamentais e necessários em muitos períodos da Humanidade para frear a ignorância e a agressividade dos povos do mundo, porém muitos males e crimes são cometidos por líderes religiosos que tentam por fim na força alcançar seus escusos objetivos individuais.

São atrocidades cometidas por todas as religiões que buscam o diferenciamento das demais impondo regras de comportamentos, totalmente contrários ao direito fundamental de Liberdade de Expressão, e do Livre Arbítrio que são os pilares fundamentais para a evolução da Criatividade e das potencialidades da Consciência Humana.

O MAR sugere que todos os segmentos religiosos façam uma revisão em seus conceitos fundamentais para a nova consciência, em que, sem perder seus pilares diferenciais de abordagem enquadrem e revisem seus discursos para que entrem em sintonia com a virada social e regimentos que vão direcionar a humanidade para a evolução social.

Determinadas religiões que proíbem o acesso as comunicações devem rever seus conceitos pois estarão fora do conceito de produtividade social, e fadada a extinção natural por força da evolução da consciência social que, inspirada no melhoramento da forma e do modo de vida adequado a nova realidade necessita evoluir material e espiritualmente e certos conceitos ultrapassados vão de encontro ao ideal maior que é a unificação dos povos do planeta tendo como inimigo qualquer atitude que vá contra estes princípios de “huma-unidade” . Exemplo: vinda do Papa reuniu 150.000 pessoas (2007), parada Gay em São Paulo reune 3.000.000 de pessoas entre participantes e simpatizantes de todas as idades que vão de 15 a 80 anos, o Que está certo e o que está errado!? Onde está a realidade social, no discurso do papa, que condena a camisinha e diz que a igreja não foi responsável pela interferência cultural das nações indígenas e logo depois, admite o erro do discurso, ou no Encontro GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), que defende a igualdade social acima de todas as diferenças, e prega o Direito de cada um ser feliz e de preservar a saúde por meio da camisinha, que também é um método contraceptivo, para o controle da natalidade. Que, também defende a união de pessoas do mesmo sexo, por Amor e por respeito a individualidade, Respeito ao Livre Arbítrio, Direito de Ser Feliz e compartilhar o que foi conseguido de material nesta relação, independente de conceitos conservadores das Religiões e das convenções arcaicas da Sociedade minoritária dominante!?

Quando o assunto é religião, para não ferir e dividir alguns segmentos devem ser feitos conferencias com cada segmento religioso em que serão discutidos todos os pontos polêmicos ou não para uma nova abordagem social.

AS NAÇÕES INDÍGINAS DO PLANETA

Estes são os maiores responsáveis por determinadas partes do planeta de patrimônio da Humanidade, por serem os donos naturais da terra e por sua preservação e manutenção .

Muito temos que aprender e assimilar com as culturas indígenas, e muito eles tem que aprender para exigir seus direitos fundamentais na preservação de suas culturas e ritos que ainda estão em harmonia com a natureza primaria .

São deles a técnica da policultura, forma racional de preservação do meio ambiente, e solução para por fim as pragas e aos agrotóxicos que intoxicam todos os seres do Planeta, envenenam nossos rios, matam nossos animais ,destruindo nossos mares e nossa esperança de sobrevivência sadia.

A capacitação das nações indígenas dentro das novas tecnologias, é fundamental, desde que preservadas as suas culturas , territórios e ritos.

Nada impede que índios possam assimilar nossa tecnologia sem a perca de sua indenidade natural, pois a informática nos dá este direito e o acesso, fundamental para que tudo possa ser concretizado em harmonia com o todo.

São as Nações indígenas partes fundamentais para o equilíbrio ecológico da nova consciência.

OS MILITARES

As forças militares devem também passar por uma adequação no que se relaciona ao seu desempenho fundamental e estratégico, hoje em defesa da soberania de suas fronteiras e de seu Governo.

Não havendo fronteiras, não haverá propósito para guerras de povos contra povos.
Parece simplório, e é, mas a maioria das desavenças militar é pelo domínio de determinadas regiões por sua importância mineral, estratégica, ou outro interesse político/religioso qualquer.
Tendo isso em consideração, ficam quase que sem sentido os propósitos das forças armadas, tendo estas forças que se adaptarem aos novos tempos, como: ao invés dos investimentos na indústria bélica, estaremos destinando mais capital para as pesquisas e preparação dos realmente capacitados seres humanos para novas conquistas de novos espaços e planetas.
A construção de cidades marítimas, de superfície e de profundidade.

A Exploração de novos planetas e a climatização necessária para a nossa sobrevivência.
A criação de estações espaciais de apoio nestas pesquisas, portanto um dimensionamento de apoio as pesquisas tecnocientíficas, grupos militares de seres totalmente dispostos a tudo para o avanço das nossas conquistas.

Manter exércitos como forças de defesa a soberania das espécies vivas do planeta, não apenas da espécie humana, mas de todas as criaturas do planeta, com tropas especializadas em ações defensivas para cada grupo de animais, vegetais e minerais, prevenindo as explorações indevidas efetuadas contra o patrimônio da Humanidade que são os seus recursos, do povo do planeta como um todo, daí a importância desta defesa sistemática e preventiva, o real sentido para a motivação de soldados da força terrestre os guardiões da natureza .

A pesquisa bélica deve acontecer sempre associada e vinculada as pesquisas avançadas de novas conquistas espaciais e nunca em elementos da terra que devem ser combatidos com armas não letais e de efeito imobilizante de período determinado, com julgamento popular e penas sempre de acordo com o aproveitamento do elemento infrator.

Desta forma estaremos punindo sem prejudicar a sociedade e utilizando as capacidades profissionais do infrator, para que este possa arcar com suas próprias despesas de confinamento ou reclusão. Assim o infrator poderá estar integrado profissionalmente e sem perder a possibilidade da reabilitação social, não haverá perda de tempo profissional, em alguns casos haverá a perca da liberdade, a exclusão do convívio social comum.

No caso dos elementos marginais por natureza ( fato que as pesquisas genéticas irá resolver em breve ), estes devem Ter uma realidade paralela a que vivemos para que o seu tempo de vida seja de possibilidades de reabilitação social/profissional e psicológica.

A CLASSE ARTÍSTICA

A classe artística mundial deve perceber este novo momento que é um instante de inspiração, estamos esboçando uma nova tela, de um estilo ainda não exposto, portanto, assim como o renascentista, o cubismo, o abstracionismo, estamos apresentando uma nova tendência e precisamos “internalizar” este método para podermos influir da consciência coletiva de modo a indicar as novas tendências e soluções para a nova consciência mundial, para que todos os povos possam de acordo com a sua obra e cultura absorver os impulsos de sua energia criadora e educacional.

É muito importante que nós que formamos a classe artística absorvamos as indicações deste sistema que é a forma do livre pensador, daquele que vê sem fronteiras e por cima, em um estado de transconsciência, percebendo o que a consciência ordinária (comum), não consegue enxergar.

São vislumbres de fragmentos o que tem sido proposto por vários segmentos sociais em diversos momentos e partes do planeta, ninguém (até agora) montou o grande quebra cabeças da síntese para a convivência social, uma proposta entre tantas que deve ser experienciada, vivificada.

Somos os maiores responsáveis por tudo o que possa acontecer com esta grande obra, pois temos a capacidade de influir e de formar opinião, somos a nata da criação e podemos conduzir os povos do mundo para a ressurreição da carne, a remissão dos pecados e a paz sem utópicas soluções, e sim realizando o sonho de todos os povos e entidades do planeta.

É só seguir o caminho que o artista e profeta contemporâneo dá como exemplo e experimentar, como tudo o que já foi experimentado antes.

Dar uma chance de acertar e recompor o nosso tempo e a nossa casa para podermos novamente viver a vida em plenitude com nossos anseios resolvidos.

São tantas as vantagens em experimentar este sistema, que nos perguntamos, por que nunca se experimentou algo nesta forma, onde estávamos com a cabeça, por que nos obrigar a obedecer a pessoas e a grupos, quando o Estado é formado por todos Nós, e o seu formato é uma decisão nossa e nunca de grupos minoritários e de interesses privados?

É uma dormência, ou uma forma de condicionamento que não nos permite enxergar fora do circulo a que estamos sujeitos e são tantas as teias que mal podemos nos dar conta sequer das mais presentes.

Sim precisamos sim de uma luz, e que seja o MAR, já que não tem contra indicações em sua aplicação, se todo o mundo topar, perfeito, poderemos decidir sempre o que melhor fazer para conservar, preservar e explorar todos os recursos naturais do nosso planeta, e ao mesmo tempo melhorar a qualidade de vida de todas as espécies do planeta .

PESQUISAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS

Neste campo a humanidade devera evoluir bastante com o intercâmbio de conhecimentos entre os cientistas do planeta.

Motivados também pela extinção das fronteiras a tecnologia mundial fará grandes progressos apesar dos problemas, também gerados por esta abertura e privatização das indústrias e supervisão do estado para uma análise de impacto social para o surgimento de cada produto, de cada tecnologia, de cada pesquisa científica, sem prejudicar o conhecimento ou aprofundamento no campo pesquisado, sendo considerado: conquista cientifica da humanidade.

São estes segmentos que vão nos proporcionar os equipamentos para realizarmos a grande transformação, é a conscientização deste segmento que nos impulsionará para a grande realização sistemática, que deverá acontecer com todos os pontos discutidos e analisados cientificamente dentro de todas as possibilidades de prós e contras.

Este sistema é inspirado em vivências isoladas em diversas comunidades do planeta, que de uma forma ou de outra intuem e experimentam, assim como nós experimentamos todos estes que conhecemos.

A confirmação de êxito em ao menos 30% de sua estrutura, já nos dá uma grande margem positiva de poder conquistar a implantação integral, já que o tempo é determinado por nós, e com a tecnologia da comunicação de massas, poderemos alcançar 60% no menor espaço de tempo possível, e fica até difícil criar alguma projeção com relação ao conhecimento global da idéia.

Tendo conhecimento global da idéia, deveremos com a força da mídia promover vivências em programas globais com tradutores simultâneos para todas as línguas com dicionários revisados periodicamente e em todos os segmentos da expressão coletiva mundial .

A mídia deve orientar para que cada cidadão tenha conhecimento de sua soberania dentro do MAR, o sistema que dará ao planeta o equilíbrio e a consciência universal, trará o poder de nos comunicarmos com todas as formas de vida, a decodificação dos idiomas universais, começando com as criaturas da terra.

Esta pesquisa é fundamental para o desenvolvimento de novos equipamentos e tecnologias até agora diante de nossos olhos e por preconceitos deixamos de lado, ou não damos a verdadeira importância.

Temos muito a aprender do que foi retirado da nossa vivência natural, fomos forçados a ouvir apenas os sinais de nossa selva de concreto, daí só enxergarmos dentro deste universo, mesmo os mais informados, economistas, sociólogos, cientistas, quase sempre só vislumbram possibilidades preexistentes.

O novo, sempre causou medo e incomodo em muitas pessoas, mas só aí ouve transformação, nada acontece sem movimento, sem vivências, sem renuncia, e, de todos os sistemas experimentados, este é o que menos nos sugere sofrimento, toda renuncia sugerida é incontestavelmente necessária para o bem comum e melhoramento da qualidade de vida do planeta.

Para o bem de todos tudo deve ser tentado, para dar razão a vida, deveremos Ter o direito de vivenciarmos um estado mundial harmônico, em que até as “guerras” façam sentido .

É dever dos cientistas o progresso e divulgação desta idéia para o bem da humanidade.

O MAR COMO MOVIMENTO RELIGIOSO

O MAR como movimento religioso, é tecnicamente ecumênico, procurando mostrar que todos os iluminados buscam a unidade, não do credo, mas dos seres humanos, não somos diferentes por acreditarmos em Jesus ou em Chisna. Temos apenas pontos de direcionamento da fé diferentes, e não antagônicos em sua essência fundamental, podendo ser trabalhados em uma nova abordagem, que dará uma direção ao discurso de cada segmento religioso.

Este exercício fará com que em pouco tempo, muitos, dos condicionamentos da humanidade estarão sarados para sempre, e uma nova consciência coletiva se instalará com a dignidade de sua soberania, e com o poder verdadeiro solidificado pela transparência da comunicação global entre todos os povos , direito da humanidade.

O chamado livro sagrado, A Bíblia, deveria ser revisto, assim como em sua concepção foram escolhidos pelas autoridades religiosas e o rei da época, os testamentos que deveriam fazer parte da obra, servindo assim para os interesses daquela Igreja, daquele Rei, daquele tempo, em que se fez necessário tais atitudes.

Hoje os tempos são outros, e o livro sagrado precisa ser revisto, pois determinados avanços tecnocientíficos, tornam o Livro Sagrado em determinadas passagens uma mentira sem sentido, dando margem a descrença e ao conflito de idéias absurdas.

Tais passagens, que não valem ser salientadas aqui, tornam o exercício da Fé, uma coisa impossível de ser atingida, pelas utopias e fantasias que chegam a ser ridículas, pelo conhecimento da verdade e das revelações científicas existentes nos tempos de hoje.

Os argumentos de que a Fé é uma questão de Crer não justifica mais tantas mentiras, que tiveram sua finalidade para aqueles tempos de ignorância, mas hoje é até ridículo professar tais “ensinamentos” e um abuso para a percepção da humanidade.

Testamentos que foram retirados do Livro Sagrado, devem ser incluídos para o conhecimento de todos como os de Maria, Tomé entre outros considerados Apócrifos.

Para dar um exemplo de sua importância mostraremos um dos que foram excluídos por questões políticas:

O EVANGELHO DE TOMÉ

Estas são as palavras secretas de Jesus,

o vivo,

que foram escritas por Didymos Tau'ma

(Tomé (Tomás), o gêmeo)



1. Quem descobrir o sentidos dessas palavras, não provará a morte.

2. Quem procura, não cesse de procurar até achar; e, quando achar, será estupefato; e, quando estupefato, ficará maravilhado - e então terá domínio sobre o Universo.

3. Jesus disse: Se vossos guias vos disserem: ‘o reino está no céu', então as aves vos precederam; se vos disserem que está no mar, então os peixes vos precederam. Mas o reino está dentro de vós, e também fora de vós. Se vos conhecerdes, sereis conhecidos e sabereis que sois filhos do Pai Vivo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis em pobreza, e vós mesmos sereis essa pobreza.

4. O homem idoso perguntará, nos seus dias, a uma criança de sete dias pelo lugar da vida - e ele viverá. Porque muitos primeiros serão últimos, e serão unificados.

5. Conhece o que está ante os teus olhos – e o que te é oculto te será revelado; porque nada é oculto que não seja manifestado.

6. Perguntaram os discípulos a Jesus: Queres que jejuemos? Como devemos orar? Como dar esmolas? Que alimentos devemos comer?
Respondeu Jesus: Não mintais a vós mesmos, e não façais o que é odioso! Porquanto todas essas coisas são manifestas diante do céu. Não há nada oculto que não seja manifestado, e não há nada velado que, por fim, não seja revelado.

7. Bendito o leão comido pelo homem, porque o leão se torna homem! Maldito o homem comido pelo leão, porque esse homem se torna leão!

8. Ele disse: O homem se parece com um pescador ajuizado, que lançou sua rede ao mar. Puxou para fora a rede cheia de peixes pequenos. Mas entre os pequenos o pescador sensato encontrou um peixe bom e grande. Sem hesitação, escolheu o peixe grande e devolveu ao mar todos os pequenos. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

Obs.: é por não ter conhecimento de certas passagens destes testamentos que os homens, “ditos filhos de Deus”, estão destruindo a natureza e matando os filhos do mar com a pesca predatória e indiscriminada, porque no livro sagrado diz que Jesus encheu de peixes os barcos dos pescadores e fez o “grande milagre”, seria este o milagre da destruição dos seres dos mares”, são por estas e outras que se faz importante a revelação dos testamentos apócrifos, porque os tempos são outros e os interesses pela preservação do meio ambiente também, mesmo que vá de encontro aos interesses da Grande Igreja, devemos nos preservar, e evoluir para conservar até mesmo o poder que ainda existe, mas que por tantos deslizes dão lugar a outras crenças, de certa forma perigosas para a humanidade, mas que são um alento para fazer frente aos desatinos dos conservadores, a Fé precisa de renovação e de verdadeira transparência para que se possa exercitar e evoluir e não ficarmos presos aos ditos Dogmas de Fé, por preconceitos absurdos e imposições de um poder invisível e sem sentido.

9. Disse Jesus: Saiu o semeador. Encheu a mão e lançou a semente. Alguns grãos caíram no caminho; vieram as aves e os cataram. Outros caíram sobre os rochedos; não deitaram raízes para dentro da terra nem mandaram brotos para o céu. Outros ainda caíram entre espinhos, que sufocaram a semente e o verme a comeu. Outra parte caiu em terra boa, e produziu fruto bom rumo ao céu; produziu sessenta por uma, e cento e vinte por uma.

10. Disse Jesus: Eu lancei fogo sobre a terra – e eis que o vigio até que arda.

11. Disse Jesus: Este céu passará, e passará também aquele que está por cima deste. Os mortos não vivem, e os vivos não morrerão. Quando comíeis o que era morto, vós o tornáveis vivo. Quando estiverdes na luz, que fareis? Quando éreis um, vos tornastes dois; mas, quando fordes dois, que fareis?

12. Os discípulos perguntaram a Jesus: Sabemos que nos vais deixar. E quem será então nosso chefe? Respondeu Jesus: No ponto onde estais, ireis ter com Tiago, que está a par das coisas do céu e da terra.

13. Disse Jesus a seus discípulos: Comparai-me e dizei-me com quem me pareço eu.
Respondeu Simão Pedro: Tu és semelhante a um anjo justo.
Disse Mateus: Tu és semelhante a um homem sábio e compreensivo.
Respondeu Tomé: Mestre, minha boca é incapaz de dizer a quem tu és semelhante.
Replicou-lhe Jesus: Eu não sou teu Mestre, porque tu bebeste da Fonte borbulhante que te ofereci e nela te inebriaste.
Então levou Jesus Tomé à parte e afastou-se com ele; e falou com ele três palavras. E, quando Tomé voltou a ter com seus companheiros, estes lhe perguntaram: Que foi que Jesus te disse? Tomé lhes respondeu: Se eu vos dissesse uma só das palavras que ele me disse, vós havíeis de apedrejar-me - e das pedras romperia fogo para vos incendiar.

14. Jesus disse-lhes: Se jejuardes, cometereis pecado. Se orardes, sereis condenados. Se derdes esmolas, prejudicareis ao espírito. Quando fordes a um lugar onde vos receberem, comei o que vos puserem na mesa e curai os doentes que lá houver. Pois o que entra pela boca não o torna um homem impuro, mas sim o que sai da boca, isto vos tornará impuros.

15. Se virdes alguém que não seja filho de mulher, prostrai-vos de rosto em terra e adorai-o – ele é vosso Pai.

16. Talvez os homens pensem que eu vim para trazer paz à terra, e não sabem que eu vim para trazer discórdias à terra, fogo, espada e guerra. Haverá cinco numa casa, três contra dois, dois contra três; pai contra filho, e filho contra pai. E serão solitários.

17. Eu vos darei o que nenhum olho viu, nenhum ouvido ouviu, nenhuma mão tangeu, e que jamais surgiu no coração do homem.

18. Perguntaram os discípulos a Jesus: Como será o nosso fim? Respondeu-lhes Jesus: Descobristes o princípio, para que estejais procurando o fim? Pois onde estiver o princípio ali estará o fim. Feliz de quem está no princípio; também conhecerá o fim - e não provará a morte.

19. Disse Jesus: Feliz daquele que era antes de existir. Se vós fordes meus discípulos e realizardes as minhas palavras, estas pedras vos servirão. Há no vosso paraíso cinco árvores, que permanecem inalteradas no inverno e no verão, e cujas folhas não caem; quem as conhecer, esse não provará a morte.

20. Disseram os discípulos a Jesus: Dize-nos, a que se assemelha o Reino do céus?
Respondeu-lhes ele: Ele é semelhante a um grão de mostarda, que é menor que todas as sementes; mas, quando cai em terra, que o homem trabalha, produz um broto e se transforma num abrigo para as aves do céu.

21. Disse Maria a Jesus: Com quem se parecem os teus discípulos?
Respondeu Jesus: Parecem-se com garotos que vivem num campo que não lhes pertence. Quando aparecem os donos do campo, dirão estes: Deixai-nos o nosso campo. E eles desnudam-se diante deles e lhes deixam o campo.
Por isto vos digo eu: Se o dono da casa sabe quando vem o ladrão, vigia antes da sua chegada e não o deixará penetrar na casa do seu reino para lhe roubar os haveres. Vós, porém, vigiai em face do mundo; cingi os vossos quadris com força para que os ladrões não encontrem caminho até vós. E possuireis o tesouro que desejais. Sede como um homem de experiência, que conhece o tempo da colheita, e, de foice na mão, ceifará o trigo. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

22. Jesus viu crianças de peito a mamarem. E ele disse a seus discípulos: Essas crianças de peito se parecem com aqueles que entram no Reino. Perguntaram-lhe eles: Se formos pequenos, entraremos no Reino?
Respondeu-lhes Jesus: Se reduzirdes dois a um, se fizerdes o interior como o exterior, e o exterior como o interior, se fizerdes o de cima como o de baixo, se fizerdes um o masculino e o feminino, de maneira que o masculino não seja mais masculino e o feminino não seja mais feminino - então entrareis no Reino.



23. Disse Jesus: Eu vos escolherei, um entre mil, e dois entre dez mil. E eles aparecerão como um só.

24. Seus discípulos pediram: Mostra-nos o lugar onde tu estás, pois precisamos procurá-lo. Respondeu-lhes ele: Quem tem ouvidos, ouça! Há luz dentro dum ser luminoso, e ele ilumina o mundo inteiro. Se não o iluminar, ele é escuridão.

25. Disse Jesus: Ama a teu irmão como a tua própria alma e cuida dele como da pupila dos teus olhos.

26. Jesus disse: Tu vês o cisco no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu próprio olho. Se tirares a trave do teu próprio olho, verás claramente como tirar o cisco do olho do teu irmão.

27. Se não jejuardes em face do mundo, não achareis o Reino; se não guardardes o sábado como sábado, não vereis o Pai.

28. Jesus disse: Eu estava no meio do mundo e me revelei a ele corporalmente. Encontrei todos embriagados, e não encontrei nenhum deles sedento. E minha alma sofria dores pelos filhos dos homens, porque eles são cegos no seu coração e nada enxergam. Assim como entraram no mundo vazios, querem sair do mundo vazios. Agora estão bêbados, e só se converterão se abandonarem o seu vinho.

29. Jesus disse: Se a carne foi feita por causa do espírito, é isto maravilhoso. Mas, se o espírito foi feito por causa do corpo, é isto a maravilha das maravilhas. Eu, porém, estou maravilhado diante do seguinte: Como é que tamanha riqueza foi habitar em tanta pobreza?

30. Jesus disse: Onde há três deuses, eles são deuses. Onde há dois ou um, eu estou com ele.

31. Nenhum profeta é aceito em sua cidade, nem pode um médico curar os que o conhecem.

32. Jesus disse: Uma cidade situada num monte e fortificada, não pode cair, nem pode permanecer oculta.

33. O que ouvirdes com um ouvido, anunciai-o com o outro do alto dos telhados; porque ninguém acende uma lâmpada e a põe debaixo do velador, nem em lugar oculto, mas sim no candelabro, para que todos os que entram e saem vejam a luz.

34. Jesus disse: Quando um cego guia outro cego, ambos cairão na cova.

35. Jesus disse: Ninguém pode penetrar na casa do forte e prendê-lo, se antes não lhe ligar as mãos; só depois pode saquear-lhe a casa. (Nos outros evangelhos, esse texto é relacionado com o episódio em que Jesus expulsara um demônio, e seus inimigos o acusaram de ser aliado de satanás. Então Jesus faz um paralelo entre “o forte”, que é satanás, e “o mais forte”, que é o Cristo)

36. Jesus disse: Não andeis preocupados, da manhã até a noite, e da noite até a manhã, sobre o que haveis de vestir.

37. Perguntaram os discípulos a Jesus: Em que dia nos aparecerás? Em que dia te veremos?
Respondeu Jesus: Se vos despojardes do vosso pudor; se, como crianças, tirardes os vossos vestidos e os colocardes sob os vossos pés, percebereis o filho do Vivo – e não conhecereis temor.


38. Jesus disse: Muitas vezes desejastes ouvir estas palavras que vos digo, e não achastes ninguém que vo-las pudesse dizer. Virão dias em que me procurareis e não me achareis.

39. Disse Jesus: Os fariseus e os escribas tiraram a chave do conhecimento e a ocultaram. Nem eles entraram nem permitiram entrar os que queriam entrar. Vós, porém, sede inteligente como as serpentes e simples como as pombas.

40. Jesus disse: Uma videira foi plantada fora daquilo que é do Pai; e, como não tem vitalidade, será extirpada pela raiz e perecerá.

41. Jesus disse: Aquele que tem algo na mão, esse receberá; e aquele que não tem, esse até perderá o pouco que tem.

42. Disse Jesus a seus discípulos: Sede transeuntes!

43. Disseram-lhe seus discípulos: Quem és tu que nos dizes tais coisas? Respondeu-lhes ele: Pelas coisas que vos digo não conheceis quem eu sou? Vós sois como os judeus, que amam a árvore e detestam o seu fruto; ou amam o fruto e detestam a árvore.

44. Disse Jesus: Quem blasfemar contra o Pai receberá a graça; quem blasfemar contra o Filho receberá a graça; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo esse não receberá a graça, nem na terra nem no céu.

45. Disse Jesus: Não se colhem uvas de espinheiros, nem figos de abrolhos, que não produzem frutos. O homem bom tira coisas boas do seu tesouro; o homem mau tira coisas más do tesouro mau do seu coração, fala coisas más da abundância do seu coração.

46. Disse Jesus: Desde Adão até João Batista, não há ninguém maior entre os nascidos de mulher do que João Batista, porque seus olhos não foram violados. Mas eu disse: Aquele que entre vós se tornar pequeno conhecerá o Reino e será maior do que João.

47. Disse Jesus: O homem não pode montar em dois cavalos, nem pode retesar dois arcos. O servo não pode servir a dois senhores, pois ele honra um e ofende o outro. Nenhum homem que bebeu vinho velho deseja beber vinho novo. Não se coloca vinho novo em odres velhos, com medo que se rompam; vinho novo se coloca em odres novos, para que não se perca. Não se cose um remendo velho em roupa nova, para não causar rasgão.

48. Disse Jesus: Se dois viverem em paz e harmonia na mesma casa, dirão a um monte "sai daqui! " – e ele sairá.

49. Disse Jesus: Felizes sois vós, os solitários e os eleitos, porque achareis o Reino. Sendo que vós saístes dele, a ele voltareis.

50. Disse Jesus: Se os homens vos perguntarem donde viestes, respondei-lhes: Nós viemos da luz, lá onde ela nasce de si mesma, surge e se manifesta em sua imagem. E se vos perguntarem: Quem sois vós? Respondei-lhes: Nós somos os filhos eleitos do Pai vivo. Se os homens vos perguntarem: Qual o sinal do Pai em vós? Respondei: É movimento e repouso ao mesmo tempo.

51. Seus discípulos perguntaram: Quando virá o repouso dos mortos e em que dia virá o mundo novo? Respondeu-lhes ele: Aquilo que vós aguardais já veio – mas vós não o conheceis.

52. Disseram-lhe os discípulos: Vinte e quatro profetas falaram em Israel, e todos falaram de ti. Respondeu-lhes ele: Rejeitastes aquele que está vivo diante de vós, e falais dos mortos.

53. Perguntaram-lhe os discípulos: A circuncisão é útil ou não? Respondeu-lhes ele: Se ela fosse útil, o homem já nasceria circuncidado. A verdadeira circuncisão é espiritual, e esta é útil a todos.

54. Disse Jesus: Felizes os pobres, porque vosso é o Reino dos céus.

55. Disse Jesus: Quem não odiar seu pai e sua mãe não pode ser meu discípulo. Quem não odiar seus irmãos e suas irmãs não é digno de mim.

56. Disse Jesus: Quem conhece o mundo, achou um cadáver; e quem achou um cadáver, dele não é digno o mundo.

57. Jesus disse: O Reino do Pai é semelhante a um homem que semeou boa semente em seu campo. De noite, porém, veio seu inimigo e semeou erva má no meio da semente boa. O senhor do campo não permitiu que se arrancasse a erva má, para evitar que, arrancando esta, também fosse arrancada a erva boa. No dia da colheita se manifestará a erva má. Então será ela arrancada e queimada.

58. Feliz do homem que foi submetido à prova – porque ele achou a vida.

59. Disse Jesus: Olhai para o Vivo, enquanto viveis, pra que não morrais e desejeis ver aquele que já não podeis ver.

60. Ao entrarem na Judéia, eles viram um samaritano que carregava uma ovelha.
Jesus disse a seus discípulos: Por que a carrega?
Responderam eles: Para matá-la e comê-la.
Disse-lhes Jesus: Enquanto a ovelha está viva, ele não a poderá comer; só depois de morta e cadáver.
Replicaram eles: De outro modo não a pode comer.
Respondeu-lhes Jesus: Procurai para vós um lugar de repouso, para que não vos torneis cadáveres e sejais devorados.

61. Jesus disse: Haverá dois na mesma cama: um morrerá, o outro viverá.
Salomé disse: Quem és tu, ó homem? Como que saído de um só? Tu que usavas a minha cama e comias à minha mesa?
Responde Jesus: Eu vim daquele que é todo um em si; isto me foi dado por meu Pai.
Disse Salomé: Eu sou discípula tua.
Vem a propósito o dito: Quando o discípulo é vácuo, será repleto de luz; mas quando é dividido, ele será repleto de treva.

62. Eu revelo meus mistérios àqueles que são idôneos para ouvi-los. O que tua mão direta faz não o saiba a tua mão esquerda.

63. Disse Jesus: Um homem rico tinha muitos bens. E disse: Vou aproveitar os meus bens; vou semear, colher, plantar e encher meus armazéns, para que não me venha a faltar nada. Foi isto que ele pensou em seu coração. E nesta noite ele morreu.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

64. Disse Jesus: Um homem fez um banquete e, depois de tudo preparado, enviou seu servo para chamar os convidados. O servo foi ao primeiro e disse-lhe: Meu senhor te convida para o banquete. O homem respondeu: Uns negociantes me devem dinheiro; eles vêm à minha casa esta noite, e eu tenho de falar com eles; peço-te que me dispenses de comparecer ao jantar.
O servo foi até outro e disse: Meu senhor te convidou.
Este respondeu: Comprei uma casa, e marcaram um dia para mim; não tenho tempo para vir. O servo foi a outro e disse-lhe: Meu senhor te convida. Este respondeu: Um amigo meu vai casar-se, e eu fui convidado para preparar a refeição; não posso atender; favor dispensar-me.
O servo foi a outro ainda e disse-lhe: Meu senhor te convida. Este respondeu: Acabo de comprar uma fazenda e estou saindo para buscar o rendimento. Não poderei ir, por isso me desculpo.
O servo retornou e comunicou ao seu senhor: Os convidados ao banquete pedem que os dispenses de comparecerem.
Disse o senhor a seu servo: Vai pelos caminhos e traze os que encontrares, para que venham ao meu banquete; mas os compradores e negociantes não entrarão nos lugares de meu Pai.

65. Disse ele: Um homem tinha uma vinha. Arrendou-a a uns colonos para a cultivarem, a fim de receber deles o fruto. Enviou seu servo para receber o fruto da vinha. Os colonos prenderam o servo e o espancaram, deixando-o à beira da morte.
O servo voltou e contou a seu senhor o ocorrido. O senhor disse: Talvez não o tenham reconhecido. E enviou-lhes outro servo. Mas os colonos espancaram também este. Então o senhor mandou seu filho, dizendo: Talvez tenham respeito a meu filho.
Mas, como os camponeses soubessem que esse era o herdeiro da vinha, prenderam-no e o mataram.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

66. Disse Jesus: Mostrai-me a pedra que os construtores rejeitaram. Ela é a pedra angular.

67. Disse Jesus: Quem conhece o universo, mas não se possui a si mesmo, esse não possui nada.

68. Disse Jesus: Felizes sois vós, se vos rejeitarem e odiarem. E lá onde vos tiraram e odiaram não será encontrado lugar algum.

69. Disse Jesus: Felizes no seu coração são os perseguidos, os que na verdade conhecem o Pai. Felizes são os famintos, porque o corpo dos que sabem querer será saciado.

70. Jesus disse: Se fizerdes nascer em vós aquele que possuis, ele vos salvará; mas, se não possuirdes em vós a este, então sereis mortos por aquele que não possuis. (falando do corpo e da alma)

71. Disse Jesus: Destruirei esta casa, e ninguém a poderá reconstruir.

72 . Alguém diz a Jesus: Dize a meus irmãos que repartam comigo os bens de meu pai.
Respondeu Jesus: Homem, quem me constituiu partidor?
E dirigindo-se a seus discípulos, disse-lhes: Será que eu sou um partidor?

73. Disse Jesus: Grande é a safra, e poucos são os operários. Pedi, pois ao Senhor para que mande operários à sua seara.

74. Disse ele: Senhor, muitos rodeiam a fonte, mas ninguém entra na fonte.

75. Disse Jesus: Muitos estão diante da porta – mas somente os solitários é que entram na câmara nupcial.


76. Disse Jesus: O Reino é semelhante a um negociante que possuía um armazém. Achou uma pérola, e, sábio como era, vendeu todo o armazém e comprou essa pérola única. Procurai também vós o tesouro imperecível, que se encontra lá onde as traças não se aproximam para comê-lo nem os vermes o destroem.

77. Disse Jesus: Eu sou a luz, que está acima de todos. Eu sou o “Todo”. O Todo saiu de mim, e o Todo voltou a mim. Rachai a madeira – lá estou eu. Erguei a pedra – lá me achareis.

78. Disse Jesus: Por que saístes ao campo? Para verdes um caniço agitado pelo vento? Ou um homem vestido de roupas macias? Os reis e os grandes vestem roupas macias – e eles não poderão conhecer a verdade.

79. Uma mulher da multidão disse-lhe: Feliz o ventre que te gestou e os seios que te amamentaram.
Respondeu ele: Felizes os que ouviram o Verbo do Pai e viveram a Verdade. Porque dias virão em que direis: Feliz o ventre que não concebeu, e felizes os seios que não amamentaram.

80. Disse Jesus: Quem conheceu o mundo encontrou o corpo. Mas quem encontrou o corpo, desse tal não é digno o mundo. (o mundo material é um corpo morto, não digno do homem espiritual)

81. Quem ficou rico, saiba dominar-se; quem ficou poderoso, saiba renunciar.

82. Quem está perto de mim está perto da chama; quem está longe de mim está longe do Reino.

83. Disse Jesus: As imagens se manifestam ao homem, e a luz que está oculta nelas – na imagem da luz do Pai – se revelará, mas sua imagem permanecerá velada por sua luz.

84. Disse Jesus: Quando virdes a vossa semelhança, alegrai-vos. Mas, quando virdes o vosso modelo, que desde o princípio estava em vós e nunca morrerá, nem jamais se revela plenamente – será que suportareis isto?

85. Disse Jesus: Adão nasceu de um grande poder e de uma grande riqueza. Mas não era digno deles. Se deles fosse digno, não teria morrido.

86. Disse Jesus: As raposas têm as suas tocas; as aves têm os seus ninhos - mas o Filho do Homem não tem onde repousar a sua cabeça.

87. Miserável o corpo que depende de outro corpo, e miserável a alma que depende desses dois.

88. Os arautos e os profetas irão ter convosco e vos darão o que é vosso. Dai-lhes também vós o que é deles.

89. Disse Jesus: Por que lavais o exterior do recipiente? Não sabeis que o mesmo que creou o interior creou também o exterior?

90. Jesus disse: Vinde a mim, porque o meu jugo é suave e o meu domínio é agradável – e encontrareis repouso para vós mesmos.

91. Disseram-lhe eles: Dize-nos quem és tu, para que tenhamos fé em ti.
Respondeu-lhes
ele: Vós examinais o aspecto do céu e da terra, mas não conheceis aquele que está diante de vós. Não sabeis dar valor ao tempo presente.

92. Disse Jesus: Procurai, e achareis. O que me perguntastes nesses dias, eu não vos disse; agora vos digo – e não me perguntais.

93. Não deis as coisas puras aos cães, para que não as arrastem ao lodo. Nem lanceis as pérolas aos porcos, para que não as conspurquem.

94. Quem procura achará; a quem bate abrir-se-lhe-á.

95. Quando tendes dinheiro, não o empresteis a juros, mas dai-o a quem não vos possa restituir.

96. O Reino do Pai é semelhante a uma mulher que tomou um pouco de fermento, misturou-o com a massa, e fez com ela grandes pães. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

97. Disse Jesus: O Reino é semelhante a uma mulher que levava por um longo caminho uma vasilha cheia de farinha. Pelo caminho, uma alça da vasilha quebrou e a farinha se espalhou atrás dela sem que ela o percebesse; e por isto não se afligiu. Chegada em casa, ela colocou a vasilha no chão – e achou-a vazia.

98. Disse Jesus: O Reino do Pai é semelhante a um homem que quis matar um poderoso. Em sua própria casa ele desembainhou a espada e enfiou-a na parede para saber se sua mão era forte o suficiente para realizar a tarefa. Depois foi matar o poderoso.

99. Seus discípulos lhe disseram: Teus irmãos e tua mãe estão aguardando lá fora.
Respondeu-lhes ele: Os que, nesses lugares, fazem a vontade de meu Pai são os meus irmãos e minha mãe, e são eles que entrarão no Reino de meu Pai.

100. Mostraram a Jesus uma moeda de ouro e disseram: Os agentes de César exigem de nós o pagamento do imposto.
Respondeu ele: Dai a César o que é de César, e dai a Deus o que é de Deus - e dai a mim o que é meu.

101. Quem não abandona seu pai e sua mãe, como eu, não pode ser meu discípulo. E quem não amar a seu Pai e sua Mãe, como eu, esse não pode ser meu discípulo; porque minha mãe me gerou, mas minha Mãe verdadeira me deu a vida.

102. Disse Jesus: Ai dos fariseus! Eles se parecem com um cão deitado no cocho dos bois; não come nem deixa os bois comerem.

103. Disse Jesus: Feliz do homem que sabe por onde penetram os ladrões! Assim pode erguer-se, reunir forças e estar alerta e pronto antes que eles venham.

104. Disseram-lhe: Vinde, vamos hoje orar e jejuar. Respondeu Jesus: Que falta cometi eu, em que ponto sucumbi? Mas, quando o esposo sair da sua câmara nupcial, então oraremos e jejuaremos.

105. Disse Jesus: Quem conhece o seu pai e sua mãe, porventura será chamado filho de prostituta? (sobre a natureza Divina da alma)

106. Disse Jesus: Se de dois fizerdes um, então vos fareis Filhos do Homem. E então, se disserdes a este monte "retira-te daqui" – ele se retirará.

107. Disse Jesus: O Reino é semelhante a um pastor que tinha cem ovelhas. Uma delas se extraviou, e era a maior de todas. Ele deixou as noventa e nove e foi em busca daquela única até achá-la. E, depois de achá-la, lhe disse: eu te amo mais do que as noventa e nove.

108. Disse Jesus: Quem beber da minha boca se tornará como eu. E eu serei o que ele é. E as coisas ocultas lhe serão reveladas.

109. Disse Jesus: O Reino se parece com um homem que possuía um campo no qual estava oculto um tesouro de que ele nada sabia. Ao morrer, deixou o campo a seu filho, que também não sabia de nada; tomou posse e vendeu o campo – mas o comprador descobriu o tesouro ao arar o campo.

110. Disse Jesus: Quem encontrou o mundo e se enriqueceu, que renuncie ao mundo.

111. Disse Jesus: O céu e a terra se desenrolarão diante de vós, e quem vive do Vivente não verá a morte. Quem se acha a si mesmo, dele não é digno o mundo.

112. Disse Jesus: Deplorável a carne que depende da alma! Deplorável a alma que depende da carne!

113. Os discípulos perguntaram-lhe: Em que dia vem o Reino?
Jesus respondeu: Não vem pelo fato de alguém esperar por ele; nem se pode dizer ei-lo aqui! Ei-lo acolá! O Reino está presente no mundo inteiro, mas os homens não o enxergam.

114. Simão Pedro disse: Seja Maria afastada de nós, porque as mulheres não são dignas da vida.
Respondeu Jesus: Eis que eu a atrairei, para que ela se torne homem, de modo que também ela venha a ser um espírito vivente, semelhante a vós homens. Porque toda a mulher que se fizer homem entrará no Reino dos céus.



“NADA DESARMA TANTO QUANTO A GRATIDÃO”

É incrível como se manipula os conceitos e a consciência alheia, e é o que sentimos como Cristãos, quando agradecemos com sacrifícios e penitencias ao “nosso Senhor Jesus Cristo,” por Ele ter dado a sua vida por nossos pecados.

Então não podemos se quer, desconfiar da inexistência deste mito, Ele é Real, e tão verdadeiro quanto a Minha Fé. Como pode a minha fé ser falha!?

São estas artimanhas que aprisionam os Seres em correntes invisíveis, porém eternas.

ESTUDO DE RELIGIÃO NAS ESCOLAS

Deve sim se ensinar religião nas escolas, por ser esta prática, parte fundamental para o desenvolvimento do equilíbrio psicológico e da individualidade humana, sem com isso limitar os ensinamentos a um tipo de segmento religioso, maquiado de ecumenismo Cristão.

A palavra ecumenismo refere-se a todas as crenças religiosas e não somente ao cristianismo, existe os cultos Africanos, os cultos Hindus, cultos Budistas, Taoístas, Maometanos, Indígenas, dos Povos Nativos, etc.

Portanto é hipocrisia e uma tentativa de burlar a mente humana dar nomes errados a ensinamentos religiosos tais como: ecumenismo Cristão para confundir a mente jovem e induzir os ensinamentos que se quer passar para os novos estudantes.

Os ensinamentos religiosos nas escolas devem ser sobre todas as religiões e com total isenção de fé, ou de imposição de Dogmas, sem orações ou fanatismos, ficando estas práticas para as religiões e nunca para as escolas normais.

O MAR COMO MOVIMENTO EDUCACIONAL

Na educação, assim que seja instalado o sistema, deveremos exercitar os cursos vocacionais, de capacitação, estudo prático profissionalizante, reciclagem profissional, ensino fundamental com duas línguas, matérias como: meio ambiente, transito, primeiros socorros, educação sexual.

O sexo é uma matéria que deve ser bem estudada em todas as formas, pois com o passar dos tempos fomos induzidos a achar que é coisa de outro mundo e na verdade é essencial, fundamental e elevadamente divino, quando conhecido e praticado com a ciência da razão.

Exorcizar o sexo é uma obrigação de todos os segmento de dominação da consciência humana, e digo isso com a autoridade de um mago, que sabe muito mais do que pode parecer.

Todo e qualquer tipo de pensamento baixo com relação ao sexo, é uma forma de projeção de quem a pronuncia, e com certeza merece tratamento adequado e atualizado.

Com a implantação de um novo sistema muitos conceitos devem ser revistos e atualizados para que uma nova prática jurídica possa ser exercitada com eficiência e justiça real.

Deve ser implantado um sistema “casado” entre governo (área de educação), empresas privadas ( tecnologia e recursos ), para distribuição de equipamentos de informática, básicos para dar acesso e direitos iguais a todos os povos civilizados ou não, instruídos ou analfabetos (haverá uma técnica adequada para operar os equipamentos ), todos devem ter este acesso, daí com a semente plantada, façamos uma análise geral sobre este ponto, de forma sintética.

As vantagens para o Povo

- Terá, de forma gratuita, um equipamento de informação e ligação com o mundo, que independente de onde você esteja poderá conversar e/ou saber de tudo o que acontece no momento em que o fato se dá. Este equipamento é de uma série que não pode ser comercializada, pois, todos tem o direito de Ter um igual. Direito do Cidadão.

Os empresários

- Com a informatização global, abre-se um grande leque de possibilidades para todos os campos do conhecimento humano, potencialidades que estavam sem condições de acesso, vão despertar e influir de forma significativa e com a vontade de uma criança que descobre um brinquedo novo. Com isso novos produtos, novas pesquisas, novas formas de consumo, cada ser humano é um cliente em potencial, haverá um nivelamento dentro da informática e da informação, será direito comum.

- Com a distribuição dos equipamentos, deverá haver uma corrida para melhorar o desempenho, a memória, os periféricos e acessórios, multiplicando e aquecendo de forma significativa este setor, esta corrida aos acessórios de complemento aquece não somente o setor da informática mas o da publicidade, com as mais diversas campanhas, a ampliação das lojas e do número de funcionários, e assim deverá se manter por um bom período, pois, o equipamento que hoje serve para o aprendizado, poderá se tornar a sua principal ferramenta de trabalho , em tudo o que você se direcionar profissionalmente e ativamente. Lucros, produtividade, novos mercados e milhares de consumidores para produzir. Nada melhor do que estes estímulos financeiros para um bom investidor.

A capacitação, o direito às ferramentas e aos incentivos para que isto aconteça, é uma fonte de renda muito benéfica para todos e para quem produz e industrializa, sendo o melhor investimento.

O Governo

- A máquina do estado, no novo sistema ( MAR ), deverá ser a grande orientadora e mantenedora dos direitos soberanos de todos os povos do planeta.

- É o Estado que distribui os equipamentos de informática e instrui e capacita todo e qualquer elemento, dentro das suas possibilidades de atuação produtiva e que seja a realização pessoal daquele elemento. Portanto, a ampliação do conhecimento para todos dá uma possibilidade bastante positiva no aumento da renda percapta do cidadão, com isso o seu rendimento bruto valorizado, valoriza-se o percentual arrecadado pelo estado para os seus investimentos.

A todos é essencial esta mudança, da forma como está proposta e com os estímulos propostos.

O MAR como organização social básica

- Ao implantar este sistema, o alvo principal é o indivíduo, para que dentro de uma análise real, possamos mostrar soluções de adequação para todos.

- Trabalhando o indivíduo em toda a sua magnitude, poderemos influir na formação da família, como núcleo social de vital importância.

- Quando o sistema estiver atuando no seio de cada indivíduo, a família será exemplo.

- Trabalhada a família, seus conceitos básicos de convivência, sem a fórmula antiga de domínio pela força do maior, ou mais velho, que inibe a expressão e retarda o conhecimento e a percepção do ser humano.

- A transformação básica acontece no indivíduo, em querer mudar e experimentar vivenciando, saboreando todos os sabores. Transmitindo para a família as vivências somadas e compreendidas de cada membro.

- Todos devem voltar a escola seja lá para o que for, devemos despertar a curiosidade e a análise dos fatos para estarmos mais conscientes.

- Temos, como seres soberanos, o dever de compreendermos o que se passa, o que é melhor para todos, somos os únicos responsáveis por todos os nossos passos, certos ou errados, somos forçados a conviver com eles. Portanto vamos ser responsáveis de verdade, vamos parar de estar sempre procurando gente para atirar pedras, somos todos “Madalenas” de pedra na mão.

Nossas teias escondem o nosso umbigo, sujo, empoeirado e cheio de resíduos de outros tempos.

PROJETOS DO MAR PARA ESTE SISTEMA

- Sistema penal brasileiro;
- Combate as Drogas e a Criminalidade;
- Condomínio urbano;

SISTEMA PENAL BRASILEIRO

Todo o sistema deve ser recriado e adaptado para atender ao novo conceito de reclusão judicial.

1º) O interno, deve ao entrar em estado de reclusão, passar por uma entrevista de conhecimento das potencialidades de cada elemento.

2º) Captados os conhecimentos profissionais o elemento é enviado para um ambiente de adaptação em que como estagiário de uma empresa passa por um período de adaptação profissional do sistema.

Seja qual for a atividade profissional de cada indivíduo existirá aplicação de sua mão de obra de forma produtiva.

3º) Com sua vida profissional assegurada e estimulada, poderá o interno, pagar todas as suas despesas de foro íntimo, familiar, e de internação, com direito a todas as regalias da vida comum.

4º) Dessa forma o infrator poderá continuar produtivo, manter sua família, seus negócios, sem atingir a sociedade pelo tempo em que estiver interno.

5º) O estado deve hospedar, com totais condições de segurança, tanto para o interno, como para a comunidade.

Este sistema é aplicado em todos os níveis da criminalidade, exceto por crimes hediondos em que fique claro que o indivíduo não deverá mais conviver com a sociedade, para estes um lugar deverá ser construído para dar o direito á vida, mesmo que em um outro universo e em convivência com os seus iguais.

Uma cidade aberta, em uma ilha artificial em que tudo funciona monitoradamente e que cada um seja responsável por seus atos e conseqüências .

Cada elemento terá o tempo de vida que a sua inteligência poder proporcionar, viverá neste universo, reduzido , mas com todas as possibilidades do mundo normal.

Privado da convivência social os psicopatas, devem Ter um lugar só para eles, já que a vida deve ser preservada acima de tudo.

Estas plataformas devem ser em alto mar com sistema de segurança máxima e sem contato com o mundo exterior de forma alguma, exceto em casos extremos.

O FORMATO DOS NÚCLEOS DE INTERNAÇÃO

São instituições novas de formato leve, e construção inteligente, que devem Ter conforto e atividades físicas, educacionais, profissionais, de laser, e que tudo o que for necessário para a reintegração do cidadão a sociedade possa ser feito, sendo o interno responsável por todos os custos de sua internação, tendo assegurado o direito ao trabalho e a produtividade profissional, bem como a capacitação em outras atividades.

Todo o tempo de internação será aproveitado para o melhoramento de forma consciente do indivíduo, reeducando e informando para os novos tempos.

Esta valorização dos direitos humanos, dará aos cidadãos o valor de sua cidadania e um exemplo para o mundo, onde se produz marginais e pagamos para transforma-los em profissionais do crime nas prisões em que todos são vítimas, até os agentes e diretores penitenciários, que tendem a se adaptar a um sistema viciado e morto em que sobrevive quem tem jogo de cintura e se remexe dos dois lados.

O governo sabe disso e faz vista grossa por não vislumbrar a solução, pois, todos estão contaminados pelo veneno que só cura pela destruição do próximo e não pelo seu aproveitamento consciente.

É a Ignorância dos Cultos, daqueles que se mantém no poder por uma questão de acomodação social, e por uma questão de falta de iniciativa para sentir que precisamos atuar, até para os exploradores e empresários devemos investir em uma nova idéia, e não no que já cansamos de experimentar, pulando de galho em galho, sem sair da mesma árvore. Existe uma floresta a conquistar e um MAR de possibilidades além da fronteira das suas limitações.

COMBATE AS DROGAS E CRIMINALIDADE

Por:
Mago William
23 de junho de 2006
João Pessoa, Paraíba


A Alquimia é uma ferramenta utilizada pelos Magos para realizar Transmutações em todas as áreas do Conhecimento Humano.

Para que uma transmutação seja realizada com total sucesso, é necessário que todos os elementos envolvidos tomem consciência do que esta sendo feito e que os resultados devem ser bons para todos os envolvidos na transformação.

Devemos então concordar com os seguintes pontos fundamentais:

“Toda vez que algo nos incomoda e nós o rebatemos com a mesma ignorância com que nós somos atingidos, sofremos duas vezes e não resolvemos o problema principal, que perpetua e nos causa um mal maior, pois estamos contaminados com as energias baixas da vingança e do ódio.”

Assim sendo, devemos visualizar de forma imparcial e livre de emoções pessoais sobre o fato e ver o que devemos fazer para combater a causa principal.

Saber tudo o que já foi feito para combater as causas deste ato que nos incomoda, e analisar os prós e os contras de cada atitude tomada, e sem com isso surtir o efeito desejado.

Só assim poderemos obter elementos suficientes para compor os ingredientes para fazer a fórmula alquímica, que dará uma solução definitiva ao fato que nos incomoda há tanto tempo, causando traumas, desilusões, pré conceitos, discriminações, sentimentos de vingança, gerando assim, atitudes de violência e de repúdio social, induzindo até mesmo o praticante do ato a se reconhecer um delinqüente, ou mesmo um bandido, sem direito a um reconhecimento de bondade por qualquer pessoa que seja.

É assim que são fabricados os grandes problemas da Humanidade, um ciclo vicioso de agressividades e vinganças, individuais e/ou coletivas sobre atitudes, muitas vezes criadas pelo próprio sistema político/social a que esta sujeito.

Em outras civilizações, possivelmente o ato praticado nem seja reconhecido como ilegal, porém por um problema de regras sociais e normas de comportamento, impostas sem a revisão necessária que torna toda regra morta e sem sentido, muitos dos que seriam cidadãos comuns são entendidos como bandidos perigosos.

ALQUIMIA DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

ENTORPECENTES
DROGAS QUIMICAS

O Problema

È uma das coisas que mais preocupam a sociedade mundial em todos os tempos da sociedade moderna.

Um ciclo infinito de sofrimentos e traumas para o indivíduo e para a família como um todo.
A sociedade fica frágil, pela criação de gigantescos cartéis de produção e venda de substancias químicas e naturais, que cada vez ficam mais e mais poderosas, guerras e matanças crescem sobre o argumento de combate aos traficantes, pessoas sem maldade são usadas para o transporte ilegal e ficam eternamente marcadas pela sociedade e por si mesmos com as culpas impostas pelo sistema.

O combate atual

Atualmente como em outros tempos passados, o combate as drogas tem se realizado com repressão, pulso firme das leis, em alguns paises, prisão perpétua e pena de morte.

Conferencias de combate as drogas e palestras sobre os índices alcançados de propagação e como se deve agir no combate as estes traficantes, denunciando e prendendo todos os que estejam envolvidos com tais substancias são realizadas todos os dias. Advogados, juizes, promotores trabalham incansavelmente para tirar das prisões, ou por outro lado, fazer com que lá permaneçam por muito tempo os traficantes e bandidos envolvidos com estes crimes, gerando muita receita e promovendo por parte dos bandidos presos, uma carnificina para conseguir o dinheiro necessário para comprar sua liberdade que poderá vir de forma legal, ou, por meio da força com as conhecidas rebeliões e as fulgas em massa.

Cria-se com isso o pânico social, em que outra casta de profissionais são beneficiados, tais como: Terapeutas, psicólogos, hospitais, clinicas especializadas, as farmácias, indústrias químicas para tratamento e controle da dependência e milhões e milhões são direcionados para este fim.

Em ultima análise nada é resolvido, e o caso torna-se caótico e sem solução a médio ou longo prazo se não pela força da repressão e atitudes drásticas, isso é um consenso quase que total das autoridades mundiais.

Tudo sem resultado algum, sem uma solução verdadeira e transparente que nos possa dar o direito de andar nas ruas com a nossa família tranqüilos e sem medo de sermos agredidos por crianças viciadas que atuam sem consciência ou punição para suprir as suas necessidade de se drogar.

Entorpecentes

As culturas nativas mais antigas sempre fizeram uso de substancias que segundo a ciência abrem a percepção extra sensorial e aguça os sentidos, com alguns efeitos colaterais de acordo com cada usuário.

Eram os Pajés ou Xamãs que ministravam em rituais sagrados para os componentes das tribos como uma forma de exorcizar os maus espíritos e as doenças do corpo. Durante séculos estas praticas, conhecidas pela igreja católica como práticas pagãs, aconteciam sem problemas, entre os negros, nativos das tribos do Brasil e do mundo, sempre se fizeram rituais sagrados, ou se usavam substancias alucinógenas para o crescimento espiritual de cada indivíduo.

O uso destas substancias não eram banalizadas e tinham um critério sagrado e de respeito por todos os que faziam uso destas substancias.

Não se ouvia falar em trafico, bandidágem, mortes ou nada que pudesse causar pânico social, só um preconceito com os negros e latinos que tinham como costume de usar certas substancias como força de sua cultura e por serem pobres escravos e/ou imigrantes eram discriminados, não pela substancia mas pela sua condição social.

Drogas Químicas

As substancias que sofrem processamento químico tem sua utilidade para a ciência, no tratamento de alguns males do corpo e da mente.

O uso dessas substancias como drogas para alterar o estado de consciência do indivíduo é que faz a grande diferença.

É aí que entra o grande vilão oportunista, que vê o grande filão de comércio para explorar, ou seja:

- A droga química pode ser potencializada e produzida em laboratórios, muitas vezes sem os critérios de higiene necessários;

- Por ser proibida pode ser cobrada muito mais cara, pelo fator de risco para quem trafica e para quem consome e atravessa;

- Para o dependente químico, é como uma fonte permanente e prazer, e assim ele passa a “trabalhar” na bandidágem para saciar o seu vício, sem o critério de querer saber se esta fazendo mal ou bem, ele só deseja o prazer muitas vezes instantâneo e rápido que certas drogas lhes dá. Para isso ele mata, rouba, engana e maltrata o seu semelhante.

- O sistema se beneficia com esta forma ilícita de comercio que vai desde o usuário até os juizes, passando por policiais corruptos, industriais, políticos, e todas as formas de poder.

Dependentes Químicos

Estes seres humanos que tem em seu código genético esta predeterminação para a dependência química são as vítimas mais freqüentes e alvos principais dos traficantes, pois em uma questão de pouco tempo eles são recrutados e totalmente dependentes do sistema de tráfico.

O problema aí não são as substancias que viciam, mas sim a condição do ser humano dependente, seja lá do que for, ele é doente com ou sem o uso das drogas, pois, sem elas ele fica melancólico, em depressão e estressado, com ela o indivíduo fica eufórico, extrovertido, ousado, por vezes agressivo, ou apático, dependendo do temperamento, mas nunca esta bem, mentalmente sadio, pois é essencialmente dependente químico.

Esta aí talvez o maior problema com relação ao uso de drogas e entorpecentes.

Tudo poderia ser normal sem traumas, usuários desta, ou daquela substancia sem maiores conseqüências sociais, mas existem os dependentes químicos, que não controlam o impulso, não reconhecem o limite, o ponto do “basta,” daí esta decretado o caos social, e, não é com repressão e violência que se pode consertar o que já esta feito e dentro de nós por questões orgânicas irreversíveis até agora, é pura ignorância das autoridades mundiais, lidar com este tema da forma como estão tratando.

É fabricar em escala industrial o mal mundial e alimentar a fera que trafica livremente de acordo com o seu poder aquisitivo, os verdadeiros monstros não estão presos, eles estão no poder, nas lideranças mundiais, nas grandes indústrias farmacêuticas do planeta, e os que estão presos são laranjas e pequenos iludidos que pensam ser perigosos, tudo massa de manobra para os que realmente se beneficiam do grande mal do mundo.

De onde vem o mal

Assim como uma arma não é capaz de fazer mal a ninguém sozinha, precisa antes de uma intenção e de uma atitude humana para que ela deixe a sua condição de inércia para projetar a morte ou o ferimento em alguém, as drogas e os entorpecentes também assim não possuem querer, ou mesmo tem uma consciência prática, para assim tomar decisões.

Assim sendo é o Ser Humano que tem toda a responsabilidade da manipulação de todas as substancias para o bem ou para o mal.

Nenhuma substancia pode ser considerada ilegal, por não possuir consciência de seus atos, por serem inanimadas. Menos ainda que os ignorantes e os nativos das matas, ou crianças, que não conhecem os usos e costumes, as leis e regras que regem a sociedade como um todo.

O Ser Humano consciente sim, é responsável por tudo o que possui, ou manipula, daí ser ele o maior e único responsável nas questões legais e ilegais.

Há séculos lidamos com estas questões de forma agressiva e repressiva sem surtir efeito positivo algum.

Será que não esta na hora de revermos as nossas estratégias e usar o que temos de mais evoluído, que é a nossa consciência estratégica, que não nos dá só o conhecimento da guerra e da discórdia, estes já estão em muito ultrapassados e fora de consenso entre os próprios seres humanos, e procurarmos soluções mais ousadas e menos desgastantes sem ferir mais a nossa sensibilidade com tantas mortes e acidentes.

Vamos dar um choque térmico nesta fogueira de morte, vamos fazer o inverso do que vem sendo feito, mesmo que nos pareça estranho e sem sentido, mas nós já experimentamos tudo o que “faz sentido” e só piorou e muito a nossa situação.

Qual a solução

Em alquimia não importa os meios e sim o fim a que se destina a transmutação, e esses devem ser nobres e duradouros para todas as espécies e elementos existentes, aí sim, a Magia é Verdadeira e servirá ao bem comum.

E só assim o verdadeiro Mago pode operar o que chamamos de transmutação o milagre da transformação das energias baixas, em energia de alta freqüência, uma fonte nobre de benefícios sem que o mal encontre brechas para atuar e interferir, o verdadeiro exorcismo do mal.

Já que tentamos tudo o que podíamos para dominar o trafico e a produção de drogas, e tudo, por mais violento que tenha sido, foi em vão, só adiantando para agravar o problema, pois os seres humanos são transgressores por natureza, e adoram o que é proibido, vamos em outra direção, uma direção talvez impensada por todos e até mesmo pelos próprios traficantes e industriais do trafico das drogas.

Primeiro ato.

A legalização total do uso das drogas, abolindo assim todos os crimes decorrentes destas atividades, e daí uma nova ordem de tratamento do assunto deverá ser estudada, como a atuação da sociedade para o trato das drogas e a educação em todos os níveis no esclarecimento de cada substancia.

Segundo Ato.

O Estado deverá produzir e administrar o plantio, e o tratamento de plantas alucinógenas, para dar a qualidade natural de cada planta, e a pureza do produto final para o usuário final, evitando contaminações e doenças adquiridas por mal manipulação na fabricação.

Dessa forma, o produto será oferecido com confiança e preços menores sufocando o tráfico e o comércio clandestino de drogas.

Por outro lado, não haverá comércio clandestino de drogas porque não haverá espaço e lucratividade de mercado, o comércio legal deverá ser barato não rentável, forçando os traficantes a procurarem outras atividades mais lucrativas.

Terceiro ato.

Agora o Estado deve orientar o consumo como o faz com o Cigarro e o Álcool, campanhas preventivas das reações e dos problemas advindos destas substancias, acabando com o mito das drogas, e o prazer do desconhecido, assim sempre haverá problemas com drogas, mas nunca de forma epidêmica ou incontrolável, como agora, onde 90% dos crimes hediondos esta ligado direta ou indiretamente as drogas.

Quarto ato.

Os usuários podem adquirir a substancia desejada com apresentação de receita médica, nas farmácias, postos médicos e de enfermagem, para que sejam ministradas sem riscos para o usuário.

A orientação médica trará benefícios grandiosos para a cura da dependência, quando houver, e na orientação correta para os que buscam a abertura da percepção extra-sensorial, ou, por fins espirituais.

Quinto ato.

O Papel das organizações religiosas para o equilíbrio mental vai ajudar a tirar muitos usuários de drogas pesadas da dependência e com a ajuda dos médicos, da família e do Sistema de Governo o usuário se tornará mais encorajado e mais amparado para procurar esportes radicais, filosofias, atividades profissionais, ou religiosas para empregar sua energia vital.

Resultado da Alquimia

Os usuários amparados e reconhecidos como pessoas comuns e não como bandidos, os traficantes e produtores, sem poder concorrer com o comercio legal de entorpecentes e drogas químicas, deverão procurar outras atividades para gerar prazer e rendas tão atraentes como as que tinham.

Os próprios traficantes e produtores podem ter suas atividades profissionais reconhecidas e incentivadas pelas fontes legais de comércio e assim entrar no comércio legal sem mais necessidade de matar ou morrer por um comércio ilegal.

Reflexões advindas da observação minuciosa, do estudo das drogas e o caminho que as mesmas tem percorrido por milênios.

Seu uso como tradição, seu uso como procura do auto conhecimento, seu uso de forma banal e por prazer físico, tudo o que foi tentado e feito para controlar e a derrota dos poderes públicos mundiais, a falência do sistema.

CRIMINALIDADE

Desde os primórdios da Humanidade o ser humano tem praticado atos que antes eram considerados naturais para a sobrevivência da espécie, ou seja matar para comer, matar para sobreviver.

Com a necessidade dos seres humanos sobreviverem às outras espécies predadoras, tiveram que se organizarem em grupos sociais, embora que primitivamente ainda se admitia determinados atos em defesa da vida.

Até pouco tempo os duelos com espadas e depois com armas de fogo eram considerados legais e necessários para dirimir contendas entre opiniões divergentes.

Na atualidade, em pleno segundo milênio, considerada era da transformação espiritual e da consciência cósmica os seres humanos travam guerras que matam milhares de pessoas todos os anos com a aprovação dos povos do mundo, mesmo levantando bandeiras pela paz.

Somos hipócritas, carniceiros, bandidos disfarçados de bons meninos esperando a hora para descarregar nossa fúria, bastando para isso que alguém invada nossa privacidade ou ataque nossa integridade física.

Linchamentos são agora muito mais comuns que nos tempos da inquisição ou nos tempo do dito filho de Deus (Jesus de Nazaré), que também por nós foi sacrificado no lugar de um bandido por escolha do povo.

Sádicos sanguinários que mesmo sabendo da triste estória do sacrifício do Filho de Deus, todos os anos comemora a sua morte e sai as ruas para ver encenações de seu sofrimento, que gera milhões de dinheiros para que os que se dizem humanos se deleitem com as cenas fortes de sacrifício humanos, sangue, tortura, humilhação, desumanidade, rendem milhões todos os anos e quanto pior melhor para o publico que faz questão de pagar caro para ver uma realidade perversa em forma de teatro e cinema, chamam isso de Arte Teatral.

A perversidade esta dentro de todos nós, a hipocrisia em nós é algo tão natural quanto respirar para viver, a mentira esta plantada nas fantasias infantis e são pregadas em suas consciências desde os primeiros anos de sua existência.

Como combater um mal que esta enraizado, entranhado em nosso código genético desde a formação da humanidade?!...Como?

Muitos livros superlotam bibliotecas e rendem outros milhares de dinheiros para escritores, poetas, filósofos, pensadores, analistas políticos, formadores de opinião, políticos e religiosos.

Palavras em todos os idiomas formam frases e iludem a sociedade mundial, jogando-os de uma forma de dominação para outra sem se incomodarem muito com os resultados finais dos seus atos literários.

Tudo opiniões sobre determinados problemas, conjecturas vazias, hipóteses infindáveis de soluções que resolvem o problema mas nunca a causa.
Não há interesse em combater a causa, por que ela é rentável demais para ser combatida de forma direta e eficaz.

Para eles, pensar em resolver o problema da criminalidade dá muito trabalho e assim é melhor usar curativos para as feridas mas nunca um antídoto deve ser utilizado.

O QUE DEVE SER FEITO

Primeiro ato.

Em primeiro plano deve ser feita uma campanha de comunicação em massa para o dia da anistia mundial;

Neste dia todas as pessoas, exceto os condenados ou processados por crimes hediondos, como: os psicopatas, latrocidas, estupradores, assassinos em série, etc., devem ser anistiados e em alguns casos mais graves ter a sua pena ou processo revisto de acordo com a nova ordem social implantada.

Segundo ato.

Para tornar sem efeito os processos pendentes de acordo com a anistia mundial algumas providencias devem ser tomadas em nível mundial;

1- tornar sem efeito a questão das fronteiras entre os países, assim sendo o livre transito dos Seres Humanos acabará com muitos conflitos e abrirá um novo tempo nas relações humanas;

2- tornar sem efeito o conceito de contrabando, sendo á partir do dia 01 da anistia mundial totalmente legal a importação e exportação de todas as formas de produtos e tecnologias, sendo o direito de patentes e de criação intelectual preservados, abrindo assim a possibilidade do uso de todos os materiais para a composição de todos os tipos de produtos com a concorrência igual para todos com os mesmos direitos de utilização de matéria prima. Comércio e fabricação iguais para todos em todos os locais do planeta – aumento da produtividade, da qualidade final dos produtos e do nível de consumo, aumento de emprego e renda e por conseqüência diminuição considerável de inúmeras atividades hoje consideradas ilegais como contrabando, trafico de matéria prima, etc.

3- Uma revisão geral no sistema político mundial para adequação ao novo sistema em que são preservados os territórios, as culturas de cada região, as religiões, e revistas as regras de convivência entre os povos;

4- Deve ser elaborada uma constituição mundial para que sejam escritas as novas regras que devem dirigir todas as leis em que estarão sujeitos todos os povos nativos ou cultos do planeta – uma carta de intenções já esta elaborada para ser posta em discussão pelo MAR – e este texto é apenas um fragmento do texto completo;

5- As funções executadas pelos líderes políticos do planeta devem ser totalmente revista, sem com isso haver discriminação, ou punições, o que foi feito esta feito, o que deve ser entendido é que muitas práticas usadas por séculos vão se tornar desnecessárias e sem utilidades práticas, pois o novo sistema não entende nem assimila atitudes incoerentes com a comunidade mundial, em que o poder realmente emana do povo e nunca de por influencia de seus representantes, estes não tem poder de decisão e sim de defesa dos pontos de vista e dos interesses da comunidade que representa.

6- Impérios, Reinados, Monocrácias, até podem ser preservadas como cultura e como exemplo de como funcionava o sistema mundial antes do Dia da Anistia Mundial , Estes líderes podem exercer influencia em suas comunidades e preservar o seu patrimônio, sem o habitual confisco dos antigos poderes instituídos que queimavam a cultura e subtraia as posses dos governos destituídos, no novo sistema tudo continua como está em relação as posses e ao que foi conquistado antes, trata-se de Direito adquirido, não pode ser tirado, faz parte da conquista de cada um dentro do que lhe foi permitido, ou não pelo sistema em que vivia. O que importa é daqui para a frente, os dias que virão.

Análise das ações

Notem que nos textos anteriores o problema das drogas foi resolvido e assim não existem mais traficantes, atravessadores, soldados do crime, aviões, entre outras denominações criminosas.
Em outro momento o contrabando, o tráfico de tecnologia, matérias primas e produtos industriais, bem como as fronteiras ficam inexististes, assim uma gama expressiva da marginalidade mundial fica inativa e passam a representar parte produtiva da sociedade mundial reconhecida e legal em todo o planeta, onde os impostos são cobrados de acordo com o faturamento de cada atividade, não havendo prejuízo para arrecadação de impostos.

Mais para frente, o sistema político do planeta torna-se interesse coletivo e uma constituição universal é escrita, conservando os direitos adquiridos em todas as formas. Assim fim das guerras por fronteiras e divisões de interesses naturais, tudo é do interesse de todos os habitantes do planeta e o que for de matéria prima natural pertence aos povos do mundo e deve ser extraído de acordo com as normas mundiais com a máxima preservação ambiental, sendo prioridade a reabilitação de conservação de tudo o que é natural.

Tudo pode ser feito desde que não comprometa o meio ambiente ou ameace as espécies animais do planeta responsáveis pelo equilíbrio ecológico e a normalidade ambiental.

Assim agindo poderemos curar as feridas abertas no planeta pelo instinto insano de exploração e acúmulo de riquezas dos seres humanos.

O que parece utopia, eu chamo de A Grande Obra, a verdadeira Pedra Filosofal, um tempo em que a humanidade pode realmente experimentar o paraíso na terra, sem sofrimento e com harmonia conservando todas as diferenças e aprendendo com as diferentes culturas.

Este é um projeto de todos e pelo que vale a pena lutar de forma inteligente e com o uso da consciência plena, e nunca pela força do conhecimento e da guerra, é algo para ser implantado pelo bem de todos, e pelo respeito a todas as criaturas e não apenas da espécie humana, uma carta que eleve os animais a ter os mesmos direitos dos seres humanos e que as agressões contra eles tenha um peso maior que o mesmo mal causado em seres humanos, pelos poderes a nós concebidos e pela inocência e poderes de equilibrar as forças da natureza e de transformações das espécies.

O tempo dos gladiadores acabou e foi poético enquanto durou, hoje devemos ver como uma cultura de um tempo passado, e que felizmente evoluímos para um período em que a consciência e o espírito de preservação das espécies é algo prioritário para todos.

Este texto faz parte do MAR – Movimento Anarkista RadiKal
Que propõe uma mudança do sistema de Convivência Social do Planeta
E que tem como mentor o Artista Multimídia Fred William – Mago William

CONDOMÍNIO URBANO

Este sistema obedece ao conceito de condomínio já conhecidos, com apenas alguns ajustes em seu funcionamento.

O SISTEMA

O sistema consiste em transformar todas os Bairros em condomínios com controle administrativo individual (Bairros autônomos ), em que são apresentados projetos de urbanização, saúde, segurança, prestação de serviços, educação e lazer, etc.

A eleição para períodos de seis meses em sistema rotativo de administração.

Em cada rua terá uma administração que será coligada ao centro de administração do bairro, onde todas as informações se cruzam e são tomadas as decisões gerais de cada comunidade, fechando um circuito informatizado e interativo entre os cidadãos e os representantes administrativos.

Dessa forma estaremos dividindo equacionadamente o orçamento público municipal.

Algo primário esta sendo exercitado pelo PT, em algumas prefeituras com o projeto embrionário de ORÇAMENTO PARTICIPATIVO MUNICIPAL.

Este projeto aplicado nos Bairros serve também de exercício prático para todos os cidadãos que vão envolver-se em decisões sociais imprescindíveis para o melhoramento das comunidades mundiais, responsabilizando a todos por suas decisões.

Um sistema onde “todo cidadão é um REI e ninguém usa coroa” .

Ninguém poderia falar melhor sobre a Filosofia Anarquista que o Imortal Fernando Pessoa, em um de seus contos e assim fazer de forma maestral uma introdução para a grande idéia do MAR que vem logo a seguir após este texto, fiquem com Fernando Pessoa e o:

O Banqueiro Anarquista
Fernando Pessoa


Tínhamos acabado de jantar. Defronte de mim o meu amigo, o banqueiro, grande
comerciante e açambarcador notável, fumava como quem não pensa. A conversa, que
fora amortecendo, jazia morta entra nós. Procurei reanimá-la, ao acaso, servindo-me
de uma idéia que me passou pela meditação. Voltei-me para ele, sorrindo.
- É verdade: disseram-me há dias que V. em tempos foi anarquista...
- Fui, não: fui e sou. Não mudei a esse respeito. Sou anarquista.
- Essa é boa! V. anarquista! Em que é que V. é anarquista?... Só se V. dá à palavra
qualquer sentido diferente...
- Do vulgar? Não; não dou. Emprego a palavra no sentido vulgar.
- Quer V. dizer, então, que é anarquista exatamente no mesmo sentido em que são
anarquistas esses tipos das organizações operárias? Então entre V. e esses tipos da
bomba e dos sindicatos não há diferença nenhuma?
- Diferença, diferença, há... Evidentemente que há diferença. Mas não é a que V.
julga. V. duvida talvez que as minhas teorias sociais sejam iguais às deles?...
- Ah, já percebo! V., quanto às teorias, é anarquista; quanto à prática...
- Quanto à prática sou tão anarquista como quanto às teorias. E quanto à prática sou
mais, sou muito mais, anarquista que esses tipos que V. citou. Toda a minha vida o
mostra.
- Hein?!
- Toda a minha vida o mostra, filho. V. é que nunca deu a esta cousas uma atenção
lúcida. Por isso lhe parece que estou dizendo uma asneira, ou então estou brincando
consigo.
- Ó homem, eu não percebo nada!... A não ser..., a não ser que V. julgue a sua vida
dissolvente e anti-social e dê esse sentido ao anarquismo...
- Já lhe disse que não - isto é, já lhe disse que não dou à palavra anarquismo um
sentido diferente do vulgar.
- Está bem... Continuo sem perceber... Ó homem, V. quer-me dizer que não há
diferença entre as suas teorias verdadeiramente anarquistas e a prática da sua vida -
a prática da sua vida como ela é agora? V. quer que eu acredite que V. tem uma vida
exatamente igual à dos tipos que vulgarmente são anarquistas?
- Não; não é isso. O que eu quero dizer é que entre as minhas teorias e a prática da
minha vida não há divergência nenhuma, mas uma conformidade absoluta. Lá que não
tenho uma vida como a dos tipo dos sindicatos e das bombas - isso é verdade. Mas é
a vida deles que está fora do anarquismo, fora dos ideais deles. A minha não. Em mim
- sim, em mim, banqueiro, grande comerciante, açambarcador se V. quiser -, em mim
a teoria e a prática do anarquismo estão conjuntas e ambas certas. V. comparou-me a
esses parvos dos sindicatos e das bombas para indicar que sou diferente deles. Sou,
mas a diferença é esta: eles (sim, eles e não eu) são anarquistas só na teoria; eu souo
na teoria e na prática. Eles são anarquistas e estúpidos, eu anarquista e inteligente.
Isto é, meu velho, eu é que sou o verdadeiro anarquista. Eles - os dos sindicatos e das
bombas (eu também lá estive e saí de lá exatamente pelo meu verdadeiro
anarquismo) - eles são o lixo do anarquismo, os fêmeas da grande doutrina libertária.
- Essa nem ao diabo a ouviram! Isso é espantoso! Mas como concilia V. a sua vida -
quero dizer a sua vida bancária e comercial - coma as teorias anarquistas? Como o
concilia V., se diz que por teoria anarquista entende exatamente o que os anarquistas
vulgares entendem? E V., ainda por cima, me diz que é diferente deles por ser mais
anarquista do que eles - não é verdade?
- Exatamente.
- Não percebo nada.
- Mas V. tem empenho em perceber?
- Todo o empenho.
Ele tirou da boca o charuto, que se apagara; reacendeu-o lentamente; tirou o fósforo
que se extinguia; depô-lo ao de leve no cinzeiro; depois, erguendo a cabeça, um
momento abaixada, disse:
- Oiça. Eu nasci do povo e na classe operária da cidade. De bom não herdei, como
pode imaginar, nem a condição, nem as circunstâncias. Apenas me aconteceu ter uma
inteligência naturalmente lúcida e uma vontade um tanto ou quanto forte. Mas esses
eram doms naturais, que o meu baixo nascimento me não podia tirar.
``Fui operário, trabalhei, vivi uma vida apertada; fui, em resumo, o que a maioria da
gente é naquele meio. Não digo que absolutamente passasse fome, mas andei lá
perto. De resto, podia tê-la passado, que isso não alterava nada do que se seguiu, ou
do que lhe vou expor, nem do que foi a minha vida, nem do que ela é agora.''
``Fui um operário vulgar, em suma; como todos, trabalhava porque tinha que trabalhar,
e trabalhava o menos possível. O que eu era, era inteligente. Sempre que podia, lia
coisas, discutia coisas, e, como não era tolo, nasceu-me uma grande insatisfação e
uma grande revolta contra o meu destino e contra as condições sociais que o faziam
assim. Já lhe disse que, em boa verdade, o meu destino podia ter sido pior do que era;
mas naquela altura parecia-me a mim que eu era um entre a quem a Sorte tinha feito
todas as injustiças juntas, e que se tinha servido das convenções sociais para mas
fazer. Isto era aí pelos meus vinte anos - vinte e um o máximo - que foi quando me
tornei anarquista.''
Parou um momento. Voltou-se um pouco mais para mim. Continuou, inclinando-se
mais um pouco.
- Fui sempre mais ou menos lúcido. Senti-me revoltado. Quis perceber a minha
revolta. Tornei-me anarquista consciente e convicto - o anarquista consciente e
convicto que hoje sou.
- E a teoria, que V. tem hoje, é a mesma que tinha nessa altura?
- A mesma. A teoria anarquista, a verdadeira teoria, é só uma. Tenho a que sempre
tive, desde que me tornei anarquista. V. já vai ver... Ia eu dizendo que, como era lúcido
por natureza, me tornei anarquista consciente. Ora o que é um anarquista? É um
revoltado contra a injustiça de nascermos desiguais socialmente - no fundo é só isto. E
de aí resulta, como é de ver, a revolta contra as convenções sociais que tornam essa
desigualdade possível. O que lhe estou indicando agora é o caminho psicológico, isto
é, como é que a gente se torna anarquista; já vamos à parte teórica do assunto. Por
agora, compreenda V. bem qual seria a revolta de um tipo inteligente nas minhas
circunstâncias. O que é que ele vê pelo mundo? Um nasce filho de um milionário,
protegido desde o berço contra aqueles infortúnios - e não são poucos - que o dinheiro
pode evitar ou atenuar; outro nasce miserável, a ser, quando criança, uma boca a
mais numa família onde as bocas são de sobra para o comer que pode haver. Um
nasce conde ou marquês, e tem por isso a consideração de toda a gente, faça ele o
que fizer; outro nasce assim como eu, e tem que andar direitinho como um prumo para
ser ao menos tratado como gente. Uns nascem em tais condições que podem estudar,
viajar, instruir-se - tornar -se (pode-se dizer) mais inteligentes que outros que
naturalmente o são mais. E assim por aí adiante, e em tudo...
``As injustiças da Natureza, vá: não as podemos evitar. Agora as da sociedade e das
suas convenções - essas, por que não evitá-las? Aceito - não tenho mesmo outro
remédio - que um homem seja superior a mim por o que a Natureza lhe deu - o
talento, a força, a energia; não aceito que ele seja meu superior por qualidades
postiças, com que não saiu do ventre da mãe, mas que lhe aconteceram por
bambúrrio logo que ele apareceu cá fora - a riqueza, a posição social, a vida facilitada,
etc. Foi da revolta que lhe estou figurando por estas considerações que nasceu o meu
anarquismo de então - o anarquismo que, já lhe disse, mantenho hoje sem alteração
nenhuma.''
Parou outra vez um momento, como a pensar como prosseguiria. Fumou e soprou o
fumo lentamente, para o lado oposto ao meu. Voltou-se, e ia a prosseguir. Eu, porém,
interrompi-o.
- Uma pergunta, por curiosidade... Por que é que V. se tornou propriamente
anarquista? V. podia ter-se tornado socialista, ou qualquer outra cousa avançada que
não fosse tão longe. Tudo isso estava dentro da sua revolta... Deduzo do que V. disse
que por anarquismo V. entende (e acho que está bem como definição do anarquismo)
a revolta contra todas as convenções e fórmulas sociais e o desejo e esforço para a
abolição de todas...
- Isso mesmo.
- Por que escolheu V. essa fórmula extrema e não se decidiu por qualquer das
outras... das intermédias?...
- Eu lhe digo. Eu meditei tudo isso. É claro que nos folhetos que eu lia via todas essas
teorias. Escolhi a teoria anarquista - a teoria extrema, como V. muito bem diz - pelas
razões que vou dizer em duas palavras.
Fitou um momento cousa nenhuma. Depois voltou-se para mim.
- O mal verdadeiro, o único mal, são as convenções e as ficções sociais, que se
sobrepõem às realidades naturais - tudo, desce a família ao dinheiro, desde a religião
ao Estado. A gente nasce homem ou mulher - quero dizer, nasce para ser, em adulto,
homem ou mulher; não nasce, em boa justiça natural, nem para ser marido, nem para
ser rico ou pobre, como também não nasce para ser católico ou protestante, ou
português ou inglês. É todas estas coisas em virtude das ficções sociais. Ora essas
ficções sociais são más por quê? Porque são ficções, porque não são naturais. Tão
mau é o dinheiro como o Estado, a constituição de família como as religiões. Se
houvesse outras, que não fossem estas, seriam igualmente más, porque também
seriam ficções, porque também se sobreporiam e estorvariam as realidades naturais.
Ora qualquer sistema que não seja o puro sistema anarquista, completamente, é uma
ficção também. Empregar todo o nosso desejo, todo o nosso esforço, toda a nossa
inteligência para implantar, ou contribuir para implantar, uma ficção social em vez de
outra, é um absurdo, quando não seja mesmo um crime, porque é fazer uma
perturbação social com o fim expresso de deixar tudo na mesma. Se achamos injustas
as ficções sociais, porque esmagam e oprimem o que é natural no homem, para que
empregar o nosso esforço em substituir-lhes outras ficções, se o podemos empregar
para as destruir todas?
``Isto parece-me que é concludente. Mas suponhamos que o não é; suponhamos que
nos objetam que isto tudo estará muito certo, mas que o sistema anarquista não é
realizável na prática. Vamos lá a examinar essa parte do problema.''
``Por que é que o sistema anarquista não seria realizável? Nós partimos, todos os
avançados, do princípio, não só de que o atual sistema é injusto, mas de que há
vantagem, porque há injustiça, em substituí-lo por outro mais justo. Se não pensamos
assim, não somos avançados, mas burgueses. Ora de onde vem este critério de
justiça? Do que é natural e verdadeiro, em oposição às ficções sociais e às mentiras
da convenção. Ora o que é natural é o que é inteiramente natural, não é metade, ou
um quarto, ou um oitavo de natural. Muito bem. Ora, de duas coisas, uma: ou o natural
é realizável socialmente ou não é; em outras palavras, ou a sociedade pode ser
natural, ou a sociedade é essencialmente ficção e não pode ser natural de maneira
nenhuma. Se a sociedade pode ser natural, então pode haver a sociedade anarquista,
ou livre, e deve haver, porque é ela a sociedade inteiramente natural. Se a sociedade
não pode ser natural, se (por qualquer razão que não importa) tem por força que ser
ficção, então do mal o menos; façamo-la, dentro desse ficção inevitável, o mais natural
possível. Qual é a ficção mais natural? Nenhuma é natural em si, porque é ficção; a
mais natural, neste nosso caso, será aquela que pareça mais natural, que se sinta
como mais natural? É aquela que estamos habituados. (V. compreende: o que é
natural é o que é do instinto; e o que não sendo instinto, se parece em tudo com o
instinto é o hábito. Fumar não é natural, não é uma necessidade do instinto). Ora qual
é a ficção social que constitui um hábito nosso? É o atual sistema, o sistema burguês.
Temos pois, em boa lógica, que ou achamos a sociedade natural, e seremos
defensores do anarquismo; ou não a julgamos possível, e seremos defensores do
regime burguês. Não há hipótese intermédia. Percebeu?...''
- Sim, senhor; isso é concludente.
- Ainda não é bem concludente... Ainda há uma outra objeção, do meu gênero, a
liquidar... Pode concordar-se que o sistema anarquista é realizável, mas pode duvidarse
que ele seja realizável de chofre - isto é, que se possa passar da sociedade
burguesa para a sociedade livre sem haver um ou mais estados ou regimes
intermédios. Quem fizer essa objeção aceita como boa, e como realizável, a
sociedade anarquista; mas palpita-lhe que tem que haver um estado qualquer de
transição entre a sociedade burguesa e ela.
``Ora muito bem. Suponhamos que assim é. O que é esse estado intermédio? O
nosso fim é a sociedade anarquista, ou livre; esse intermédio só pode ser, portanto,
um estado de preparação da humanidade para a sociedade livre. Essa preparação ou
é material, ou é simplesmente mental; isto é, ou é uma série de realizações materiais
ou sociais que vão adaptando a humanidade à sociedade livre, ou é uma simples
propaganda gradualmente crescente e influente, que vai preparando mentalmente a
desejá-la ou aceitá-la.''
``Vamos ao primeiro caso, a adaptação gradual e material da humanidade à
sociedade livre. É impossível; é mais que impossível: é absurdo. Não há adaptação
material senão uma cousa que já há. Nenhum de nós se pode adaptar materialmente
ao meio social do século XXIII, mesmo que saiba o que ele será; e não se pode
adaptar materialmente porque o século XXIII e o seu meio social não existem
materialmente ainda. Assim, chegamos à conclusão que, na passagem da sociedade
burguesa para a sociedade livre, a única parte que pode haver de adaptação, de
evolução ou de transição é mental, é a gradual adaptação dos espíritos à idéia da
sociedade livre... Em todo o caso, no campo da adaptação material, ainda há uma
hipótese...'''
- Irra com tanta hipótese!...
- Ó filho, o homem lúcido tem que examinar todas as objeções possíveis e de as
refutar, antes de se poder dizer seguro da sua doutrina. E, de mais a mais, isto tudo é
em resposta a uma pergunta que V. me fez...
- Está bem.
- No campo da adaptação material, dizia eu, há em todo o caso um outra hipótese. É a
da ditadura revolucionária.
- Da ditadura revolucionária como?
- Como eu lhe expliquei, não pode haver adaptação material a uma coisa que não
existe, materialmente, ainda. Mas se, por um movimento brusco, se fizer a revolução
social, fica implantada já, não a sociedade livre (porque para essa não pode a
humanidade ter ainda preparação), mas uma ditadura daqueles que querem implantar
a sociedade livre. Mas existe já , ainda que em esboço ou em começo, existe já
materialmente qualquer coisa da sociedade livre. Há já portanto uma coisa material, a
que a humanidade se adapte. É este o argumento com que as bestas que defendem a
``ditadura do proletariado'' a defenderiam se fossem capazes de argumentar ou de
pensar. O argumento, é claro, não é deles: é meu. Ponho-o, como objeção, a mim
mesmo. E, como lhe vou mostrar..., é falso.
``Um regime revolucionário, enquanto existe, e seja qual for o fim a que visa ou a idéia
que o conduz, é materialmente só uma coisa - um regime revolucionário. Ora um
regime revolucionário quer dizer uma ditadura de guerra, ou, nas verdadeira palavras,
um regime militar despótico, porque o estado de guerra é imposta à sociedade por
uma parte dela - aquela parte que assumiu revolucionariamente o poder. O que é que
resulta? Resulta que quem se adaptar a esse regime, como a única coisa que ele é
materialmente, imediatamente, é um regime militar despótico, adapta-se a um regime
militar despótico. A idéia, que conduziu os revolucionários, o fim, a que visaram,
desapareceu por completo da realidade social, que é ocupada exclusivamente pelo
fenômeno guerreiro. De modo que o que sai de uma ditadura revolucionária - e tanto
mais completamente sairá, quanto mais tempo essa ditadura durar - é uma sociedade
guerreira do tipo ditatorial, isto é, um despotismo militar. Nem mesmo podia ser outra
coisa. E foi sempre assim. Eu não sei muita história, mas o que sei acerta com isto;
nem podia deixar de acertar. O que saiu das agitações políticas de Roma? O Império
Romano e seu despotismo militar. O que saiu da Revolução Francesa? Napoleão e
seu despotismo militar. E V. verá o que sai da Revolução Russa... Qualquer coisa que
vai atrasar dezenas de anos a realização da sociedade livre... Também o que era de
se esperar de um povo de analfabetos e de místicos?...''
``Enfim, isto já está fora de conversa... V. percebeu o meu argumento?''
- Percebi perfeitamente.
- V. compreende portanto que eu cheguei a esta conclusão: Fim: a sociedade
anarquista, a sociedade livre; meio: a passagem, sem transição, da sociedade
burguesa para a sociedade livre. Esta passagem seria preparada e tornada possível
por uma propaganda intensa, completa, absorvente, de modo a predispor todos os
espíritos e enfraquecer todas as resistências. É claro que por ``propaganda'' não
entendo só a pela palavra escrita e falada: entendo tudo, ação indireta ou direta,
quanto pode predispor para a sociedade livre e enfraquecer a resistência à sua vinda.
Assim, não tendo quase resistência nenhuma que vencer, a revolução social, quando
viesse, seria rápida, fácil, e não teria que estabelecer nenhuma ditadura
revolucionária, por não ter contra quem aplica-la. Se isto não pode ser assim, é que o
anarquismo é irrealizável; e, se o anarquismo é irrealizável, só é defensável e justa,
como já lhe provei, a sociedade burguesa.''
``Ora aí tem V. por que e como eu me tornei anarquista, e por que e como rejeitei,
como falsas e anti-naturais, as outras doutrinas sociais de menor ousadia.''
``E pronto... Vamos lá continuar a minha história.''
Fez explodir um fósforo, e acendeu lentamente o charuto. Concentrou-se, e de aí a
pouco prosseguiu.
Havia vários outros rapazes com as mesmas opiniões que eu. A maioria era de
operários, mas havia um ou outro que o não era; o que todos éramos era pobres, e,
que me lembre, não éramos muito estúpidos. A gente tinha uma certa vontade de
propaganda, de espalhar as nossas idéias. Queríamos para nós e para os outros -
para a humanidade inteira - uma sociedade nova, livre destes preconceitos todos, que
fazem os homens desiguais artificialmente e lhes impõem inferioridades, sofrimentos,
estreitezas, que a Natureza lhes não tinha imposto. Por mim, o que eu lia confirmavame
nestas opiniões. Em livros libertários baratos - os que havia ao tempo, e eram já
bastantes - li quase tudo. Fui a conferências e comícios dos propagandistas do tempo.
Cada livro e cada discurso me convencia mais da certeza e da justiça das minhas
idéias. O que eu pensava então - repito-lhe, meu amigo - é o que penso hoje, a única
diferença é que então pensava-o só, hoje penso-o e pratico-o.
- Pois sim; isso, até onde vai, está muito bem. Está muito certo que V. se tornasse
anarquista assim, e vejo perfeitamente que V. era anarquista. Não preciso mais provas
disso..., como é que saiu de aí sem contradição... Isto é, mais ou menos já calculo...
- Não, não calcula nada... Eu sei o que V. quer dizer... V. baseia-se nos argumentos
que acaba de ouvir, e julga que eu achei o anarquismo irrealizável e por isso, como lhe
disse, só defensável e justa a sociedade burguesa - não é?...
- Sim, calculei que fosse mais ou menos isso...
- Mas como o podia ser, se desde o princípio da conversa lhe tenho dito e repetido que
sou anarquista, que não só o fui mas o continuo sendo? Se eu me tivesse tornado
banqueiro e comerciante pela razão que V. julga, eu não era anarquista, era burguês.
- Sim, V. tem razão... Mas então como diabo...? Vá lá, vá dizendo...
- Como lhe disse, eu era (fui sempre) mais ou menos lúcido, e também um homem de
ação. Essas são qualidades naturais; não mas puseram no berço (se é que tive
berço), eu é que as levei para lá. Pois bem. Sendo anarquista, eu achava insuportável
ser anarquista passivamente, só para ir ouvir discursos e falar nisso com os amigos.
Não: era preciso fazer qualquer coisa! Era preciso trabalhar e lutar pela causa dos
oprimidos e das vítimas das convenções sociais! Decidi meter ombros a isso,
conforme pudesse. Pus-me a pensar como é que eu poderia ser útil à causa libertária.
Pus-me a traçar o meu plano de ação.
``O que quer o anarquista? Liberdade - a liberdade para si e para os outros, para a
humanidade inteira. Quer estar livre da influência ou da pressão das ficções sociais;
quer ser livre tal qual nasceu e pareceu no mundo, que é como em justiça deve ser; e
quer essa liberdade para si e para todos os mais. Nem todos podem ser iguais perante
a Natureza: uns nascem altos, outros baixos; uns fortes, outros fracos; uns mais
inteligentes, outros menos... Mas todos podem ser iguais de aí em diante; só as
ficções sociais o evitam. Essas ficções sociais é que era preciso destruir.''
``Era preciso destruí-las... Mas não me escapou uma coisa: era preciso destruí-las...
mas em proveito da liberdade, e tendo sempre em vista a criação da sociedade livre.
Porque isso de destruir as ficções sociais tanto pode ser para criar liberdade, ou
preparar o caminho da liberdade, como para estabelecer outras ficções sociais
diferentes, igualmente más porque igualmente ficções. Aqui é que era preciso cuidado.
Era preciso acertar com um processo de ação, qualquer que fosse a sua violência ou a
sua não-violência (porque contra as injustiças sociais tudo era legítimo), pelo qual se
contribuisse para destruir as ficções sociais sem, ao mesmo tempo, estorvar a criação
da liberdade futura; criando já mesmo, caso fosse possível, alguma coisa da liberdade
futura.
``É claro que esta liberdade, que deve haver cuidado em não estorvar, é a liberdade
futura e, no presente, a liberdade dos oprimidos pelas ficções sociais. Claro está que
não temos que olhar a não estorvar a ``liberdade'' dos poderosos, dos bem situados,
de todos que representam as ficções sociais e têm vantagens delas. Essa não é
liberdade; é a liberdade de tiranizar, que é o contrário da liberdade. Essa pelo
contrário, é o que mais devíamos pensar em estorvar e em combater. Parece-me que
isto está claro...''
- Está claríssimo. Continue...
- Para quem quer o anarquismo a liberdade? Para a humanidade inteira. Qual é a
maneira de se conseguir a liberdade para a humanidade inteira? Destruir por completo
todas as ficções sociais? Já lhe antecipei a explicação, quando, por causa da sua
pergunta, discuti os outros sistemas avançados e lhe expliquei como e por que era
anarquista... V. lembra-se da minha conclusão?...
- Lembro...
- ... Uma revolução social súbita, brusca, esmagadora, fazendo a sociedade passar,
de um salto, do regime burguês para a sociedade livre. Esta revolução social
preparada por um trabalho intenso e contínuo, de ação direta e indireta, tendente a
dispor todos os espíritos para a vinda da sociedade livre, e a enfraquecer até ao
estado comatoso todas as resistências da burguesia. Escuso de lhe repetir as razões
que levam inevitavelmente a esta conclusão, a dentro do anarquismo; já lhe expus e
V. já a percebeu.
- Sim.
- Essa revolução seria preferivelmente mundial, simultânea em todos os pontos, ou os
pontos importantes, do mundo; ou não sendo assim, partindo rapidamente de uns para
outros, mas em todo o caso, em cada ponto, isto é, em cada nação, fulminante e
completa.
``Muito bem. O que poderia eu fazer para esse fim? Só por mim, não a poderia fazer a
ela, à revolução mundial, nem mesmo poderia fazer a revolução completa na parte
referente ao país onde estava. O que podia era trabalhar, na inteira medida do meu
esforço, para fazer a preparação para essa revolução. Já lhe expliquei como:
combatendo, por rodos os meios acessíveis, as ficções sociais; não estorvando nunca
ao fazer esse combate ou a propaganda da sociedade livre, nem a liberdade futura,
nem a liberdade presente dos oprimidos; criando já, sendo possível, qualquer coisa da
futura liberdade.'''
Puxou fumo; fez uma leve pausa; recomeçou.
- Ora aqui, meu amigo, pus eu a minha lucidez em ação. Trabalhar para o futuro, está
bem, pensei eu; trabalhar para os outros terem liberdade, está certo. Mas então eu?
Eu não sou ninguém? Se eu fosse cristão, trabalhava alegre mente pelo futuro dos
outros, porque lá tinha a minha recompensa no céu; mas também, se eu fosse cristão,
não era anarquista, porque então as tais desigualdades sociais não tinham
importância na nossa curta vida: eram só condições da nossa provação, e lá seriam
compensadas na vida eterna. Mas eu não era cristão, como não sou, e perguntavame:
mas por quem é que eu vou me sacrificar nisto tudo? Mais ainda: por que é que
eu me vou sacrificar?
``Vieram-me momentos de descrença; e V. compreende que era justificada... Sou
materialista, pensava eu; não tenho mais vida que esta; para que hei de ralar-me com
propagandas e desigualdades sociais, e outras histórias, quando posso gozar e
entreter-me muito mais se não me preocupar com isso? Quem tem só esta vida, quem
não crê na vida eterna, quem não admite lei senão a Natureza, quem se opõe ao
Estado porque ele não é natural, ao casamento porque ele não é natural, ao dinheiro
porque ele não é natural, porque cargas-d'água é que defende o altruísmo e o
sacrifício pelos outros, ou pela humanidade, se o altruísmo e o sacrifício também não
são naturais? Sim, a mesma lógica que me mostra que um homem não nasce para ser
casado, ou para ser português, ou para ser rico ou pobre, mostra-me também que ele
não nasce para ser solidário, que ele não nasce senão para ser ele-próprio, e portanto
o contrário de altruísta e solidário, e portanto exclusivamente egoísta.''
``Eu discuti a questão comigo mesmo. Repara tu, dizia eu para mim, que nascemos
pertencentes à espécie humana, e que temos o dever de ser solidários com todos os
homens. Mas a idéia de `dever' era natural? De onde é que vinha esta idéia de
`dever'? Se esta idéia de dever me obrigava a sacrificar o meu bem-estar, a minha
comodidade, o meu instinto de conservação e outros meus instintos naturais, em que
divergia a ação dessa idéia da ação de qualquer ficção social, que produz em nós
exatamente o mesmo efeito?''
``Esta idéia de dever, isto de solidariedade humana; só podia considerar-se natural se
trouxesse consigo uma compensação egoísta, porque então, embora em princípio
contrariasse o egoísmo natural, se dava a esse egoísmo uma compensação, sempre,
no fim de contas, o não contrariava. Sacrificar um prazer, simplesmente sacrificá-lo,
não é natural; sacrificar um prazer a outro, é que já está dentro da Natureza: é, entre
duas cousas naturais que se não podem ter ambas, escolher uma, o que está bem.
Ora que compensação egoísta, ou natural, podia dar-me a dedicação à causa da
sociedade livre e da futura felicidade humana? Só a consciência de dever cumprido,
do esforço para um fim bom; e nenhuma destas coisas é uma compensação egoísta,
nenhuma destas coisas é um prazer em si, mas um prazer, se o é, nascido de uma
ficção social, como pode ser o prazer de ser imensamente rico, ou o prazer de ter
nascido em um boa posição social.''
``Confesso-lhe, meu velho, que me vieram momentos de descrença... Senti-me
desleal à minha própria doutrina, traidor a ela... Mas em breve passei sobre tudo isto.
A idéia de justiça cá estava, dentro de mim, pensei eu. Eu sentia-a natural. Eu sentia
que havia um dever superior à preocupação só cá do meu destino. E fui para diante na
minha intenção.''
- Não me parece que essa decisão revelasse uma grande lucidez da sua parte... V.
não resolveu a dificuldade... V. foi para diante por um impulso absolutamente
sentimental...
- Sem dúvida. Mas o que lhe estou contando agora é a história de como me tornei
anarquista, e de como o continuei sendo, e continuo. Vou-lhe expondo lealmente as
hesitações e as dificuldades que tive, e como as venci. Concordo que, naquele
momento, venci a dificuldade lógica com o sentimento, e não com o raciocínio. Mas V.
há de ver que, mais tarde, quando cheguei à plena compreensão da doutrina
anarquista, esta dificuldade, até então logicamente sem resposta, teve a sua solução
completa e absoluta.
- É curioso...
- É... Agora deixe-me continuar na minha história. Tive esta dificuldade, e resolvi-a se
bem que mal, como lhe disse. Logo a seguir, e na linha dos meus pensamentos,
surgiu-me outra dificuldade que também me atrapalhou bastante.
``Estava bem - vamos lá - que estivesse disposto a sacrificar-me, sem recompensa
nenhuma propriamente pessoal, isto é, sem recompensa nenhuma verdadeiramente
natural. Mas suponhamos que a sociedade futura não dava em nada do que eu
esperava, que nunca havia a sociedade livre, e que diabo é que eu, nesse case, me
estava sacrificando? Sacrificar-me a uma idéia sem recompensa pessoal, sem eu
ganhar nada com o meu esforço por essa idéia, vá; mas sacrificar-me sem ao menos
ter a certeza de que aquilo para que eu trabalhava, existiria um dia, sem que a própria
idéia ganhasse com o meu esforço - isso era um pouco mais forte... Desde já lhe digo
que resolvi a dificuldade pelo mesmo processo sentimental por que resolvi a outra;
mas advirto-o também que, do mesmo modo que a outra, resolvi esta pela lógica,
automaticamente, quando cheguei ao estado plenamente consciente do meu
anarquismo... V. depois verá... Na altura do que lhe estou contando, saí-me do apuro
com uma ou duas frases ocas. `Eu fazia o meu dever para com o futuro; o futuro que
fizesse o seu para comigo'... Isto, ou cousa que o valha...''
``Expus esta conclusão, ou, antes estas conclusões, aos meus camaradas, e eles
concordaram todos comigo concordaram todos que era preciso ir para a frente e fazer
tudo pela sociedade livre. É a verdade que um ou outro, dos mais inteligentes, ficaram
um pouco abalados com a exposição, não porque não concordassem, mas porque
nunca tinham visto as coisas assim claras, nem os bicos que estas coisas têm... Mas
enfim, concordaram todos... Iríamos todos trabalhar pela grande revolução social, pela
sociedade livre, quer o futuro nos justificasse, quer não! Formamos um grupo, entre
gente certa, e começamos uma grande propaganda - grande, é claro, dentro dos
limites doo que podíamos fazer. Durante bastante tempo, no meio de dificuldades,
embrulhadas, e por vezes perseguições, lá fomos trabalhando pelo ideal anarquista.''
O banqueiro, chegado aqui, fez uma pausa um pouco mais longa. Não acendeu o
charuto, que estava outra vez apagado. De repente teve um leve sorriso, e, com o ar
de quem chega ao ponto importante, fitou-me com mais insistência e prosseguiu,
clarificando mais a voz e acentuando mais as palavras.
- Nesta altura, disse ele, apareceu uma coisa nova. ``Nesta altura'' é modo de dizer.
Quero dizer que, depois de alguns meses desta propaganda, comecei a reparar numa
nova complicação, e esta é que era a mais séria de todas, esta é que era séria a
valer...
``V. recorda-se, não é verdade? Daquilo em que eu, por um raciocínio rigoroso,
assentei que devia ser o processo de ação dos anarquistas... Um processo, ou
processos, quaisquer pelo qual se contribuisse para destruir as ficções sociais sem, ao
mesmo tempo, estorvar a criação da liberdade futura, sem, portanto, estorvar em coisa
nenhuma a pouca liberdade dos atuais oprimidos pelas ficções sociais; um processo
que, sendo possível, criasse já alguma coisa da liberdade futura...''
``Pois bem: uma vez assente este critério, nunca mais deixei de o ter presente... Ora,
na altura da nossa propaganda em que estou falando, descobri uma coisa. No grupo
de propaganda - não éramos muitos; éramos quarenta, salvo erro - dava-se este caso:
criava-se tirana.''
- Criava-se tirania?... Criava-se tirania como?
- Da seguinte maneira... Uns mandavam em outros e levavam-nos para onde queriam;
uns impunham-se a outros e obrigavam-nos a ser o que eles queriam; uns arrastavam
outros por manhas e por artes para onde eles queriam. Não digo que fizessem isto em
coisas graves; mesmo, não havia coisas graves ali em que o fizessem. Mas o fato é
que isto acontecia sempre e todos os dias, e dava-se não só em assuntos
relacionados com a propaganda, como fora deles, em assuntos vulgares da vida. Uns
iam insensivelmente para chefes, outros insensivelmente para subordinados. Uns
eram chefes por imposição; outros eram chefes por manha. No fato mais simples isto
se via. Por exemplo: dois dos rapazes iam juntos por uma rua fora; chegavam ao fim
da rua, e um tinha que ir para a direita e outro para a esquerda; cada um tinha
conveniência em ir para o seu lado. Mas o que ia para a esquerda dizia para o outro,
``venha V. comigo por aqui''; o outro respondia, e era verdade, ``Homem, não posso;
tenho que ir por ali'' por esta ou aquela razão... Mas afinal, contra sua vontade e sua
conveniência, lá ia com o outro para a esquerda... Isto era uma vez por persuasão,
outra vez por simples insistência, uma terceira vez por um outro motivo qualquer... Isto
é, nunca era por uma razão lógica; havia sempre nesta imposição e nesta
subordinação qualquer coisa de espontâneo, de como que instintivo... E como neste
caso simples, em todos os outros casos; desde os menos até aos mais importantes...
V. vê bem o caso?
- Vejo. Mas que diabos há de estranho nisso? Isso é tudo quanto há de mais natural...
- Será. Já vamos a isso. O que lhe peço que note é que é exatamente o contrário da
doutrina anarquista. Repare bem que isto se passava num grupo pequeno, num grupo
sem influência nem importância, num grupo a quem não estava confiada a solução de
nenhuma questão grave ou decisão sobre qualquer assunto de vulto. E repare que se
passava num grupo de gente que se unira especialmente para fazer o que pudesse
para o fim anarquista - isto é, para combate, tanto quando possível, as ficções sociais,
e criar, tanto quando possível, a liberdade futura. V. reparou bem nestes dois pontos?
- Reparei.
- Veja agora bem o que isto representa... Um grupo pequeno, de gente sincera
(garanto-lhe que era sincera!), estabelecido e unido expressamente para trabalhar
pela causa da liberdade, tinha, no fim de uns meses, conseguido só uma coisa de
positivo e concreto - a criação entre si de tirania. E repare que tirania... Não era uma
tirania derivada da ação das ficções sociais, que, embora lamentável, seria
desculpável, até certo ponto, ainda que menos em nós, que combatíamos essas
ficções, que em outras pessoas; mas enfim, vivíamos em meio de uma sociedade
baseada nessas ficções e não era inteiramente culpa nossa se não pudéssemos de
todo fugir à sua ação. Mas não era isso. Os que mandavam nos outros, ou os levavam
para onde queriam, não faziam isso pela força do dinheiro, ou da posição social, ou de
qualquer autoridade de natureza fictícia, que se arrogassem; faziam-no por uma ação
de qualquer espécie fora das ficções sociais, uma tirania nova. E era uma tirania
exercida sobre gente essencialmente oprimida já pelas ficções sociais. Era, ainda por
cima, tirania exercida entre si por gente cujo intuido sincero não era senão destruir
tirania e criar liberdade.
``Agora ponha o caso num grupo muito maior, muito mais influente, tratando já de
questões importantes e de decisões de caráter fundamental. Ponha esse grupo a
encaminha os seus esforços, como o nosso, para a formação de um sociedade livre. E
agora diga-me se através desse carregamento de tiranias entrecruzadas V. entrevê
qualquer sociedade futura que se pareça com uma sociedade livre ou com um
humanidade digna de si própria...'''
- Sim: isso é muito curioso...
- É curioso, não é?...E olhe que há pontos secundários também muito curiosos... Por
exemplo: a tirania do auxílio...
- A quê?
- A tirania do auxílio. Havia entre nós quem, em vez de mandar nos outros, em vez de
se impor aos outros, pelo contrário os auxiliava em tudo quanto podia. Parece o
contrário, não é verdade? Pois olhe que é o mesmo. É a mesma tirania nova. É do
mesmo modo ir contra os princípios anarquistas.
- Essa é boa? Em quê?
- Auxiliar alguém, meu amigo, é tomar alguém por incapaz; se esse alguém não é
incapaz, é ou fazê-lo tal, ou supô-lo tal, e isto é, no primeiro caso uma tirania, e no
segundo um desprezo. Num caso cerceia-se a liberdade de outrem; no outro caso
parte-se, pelo menos inconscientemente, do princípio de que outrem é desprezível e
indigno ou incapaz de liberdade.
``Voltemos ao nosso caso... V. vê bem que este ponto era gravíssimo. Vá que
trabalhássemos pela sociedade futura sem esperarmos que ela nos agradecesse, ou
arriscando-nos, mesmo, a que ela nunca viesse. Tudo isso, vá. Mas o que era demais
era estarmos trabalhando para um futuro de liberdade e não fazermos, de positivo,
mais que criar tirania, e não só tirania, mas tirania nova, e tirania exercida por nós, os
oprimidos, uns sobre os outros. Ora isto é que não pode ser...''
``Pus-me a pensar. Aqui havia um erro, um desvio qualquer. Os nossos intuitos eram
bons; as nossas doutrinas pareciam certas; seriam errados os nossos processos?
Com certeza que deveriam ser. Mas onde diabo estava o erro? Pus-me a pensar nisso
e ia dando em doido. Um dia, de repente, como acontece sempre nestas coisas, dei
com a solução. Foi o grande dia das minhas teorias anarquistas; o dia em que
descobri, por assim dizer, a técnica do anarquismo.''
Olhou-me um momento sem me olhar. Depois continuou, no mesmo tom.
- Pensei assim... Temos aqui uma tirania nova, uma tirania que não é derivada das
ficções sociais. Então de onde é que ela derivada? Será derivada das qualidades
naturais? Se é, adeus sociedade livre! Se uma sociedade onde estão em operação
apenas as qualidades naturais dos homens - aquelas qualidades com que eles
nascem, que devem só à Natureza, e sobre as quais não temos poder nenhum -, se
uma sociedade onde estão em operação apenas essas qualidades é um amontoado
de tiranias, quem é que vai mexer o dedo mínimo para contribuir para a vinda dessa
sociedade? Tirania por tirania, fique a que está, que ao menos é aquela a que
estamos habituados, e que por isso fatalmente sentimos menos que estaríamos uma
tirania nova, e com o caráter terrível de todas as coisas tirânicas que são diretamente
da Natureza - o não haver revolta possível contra ela, como não há revolução contra
ter que morrer, ou contra nascer baixo quando se preferia ter nascido alto. Mesmo, eu
já lhe provei que, se por qualquer razão não é realizável a sociedade anarquista, então
deve existir, por ser mais natural que qualquer outra salvo aquela, a sociedade
burguesa.
``Mas seria esta tirania, que nascia assim entre nós, realmente derivada das
qualidades naturais? Ora o que são as qualidades naturais? São o grau de
inteligência, de imaginação, de vontade, etc., com que cada um nasce - isto no campo
mental, é claro, porque as qualidades naturais físicas não vêm para o caso. Ora um
tipo que, sem ser por uma razão derivada das ficções sociais, manda noutro, por força
que o faz por lhe ser superior em uma ou outra das qualidades naturais. Domina-o
pelo emprego das suas qualidades naturais. Mas há uma coisa a ver: esse emprego
das qualidades naturais será legítimos, isto é, será natural?''
``Ora qual é o emprego natural das nossas qualidades naturais? O servir os fins
naturais da nossa personalidade. Ora dominar alguém será um fim natural da nossa
personalidade? Pode sê-lo; há um caso em que pode sê-lo: é quando esse alguém
está para nós num lugar de inimigo. Para o anarquista, é claro, quem está num lugar
de inimigo, é qualquer representante das ficções sociais e da sua tirania; mais
ninguém, porque todos os outros homens são homens como ele e camaradas
naturais. Ora, V. bem vê, o caso da tirania, que tínhamos estado criando, era exercida
sobre homens como nós, camaradas naturais, e, mais ainda, sobre homens duas
vezes nossos camaradas, porque o eram também pela comunhão do mesmo ideal.
Conclusão: esta nossa tirania, se não era derivada das ficções sociais, também não
era derivada das qualidades naturais; era derivada duma aplicação errada, duma
perversão, das qualidades naturais. E essa perversão, de onde é que provinha?''
``Tinha que provir de uma de duas cousas: ou de o homem ser naturalmente mau, e
portanto todas as qualidades naturais serem naturalmente pervertidas; ou de uma
perversão resultante da longa permanência da humanidade numa atmosfera de
ficções sociais, todas elas criadoras de tirania, e tendente, portanto, a tornar já
instintivamente tirânico o uso mais natural das qualidades mais naturais. Ora, destas
duas hipóteses, qual é que seria a verdadeira? De um modo satisfatório - isto é,
rigorosamente lógico ou científico - era impossível determinar. O raciocínio não pode
entrar com o problema, porque ele é de ordem histórica, ou científica, e depende do
conhecimento de fatos. Por seu lado, a ciência também nos não ajuda, porque, por
mais longe que recuemos na história, encontramos sempre o homem vivendo sob um
ou outro sistema de tirania social, e portanto sempre num estado que nos não permite
averiguar como é o homem quando vive em circunstâncias pura e inteiramente
naturais. Não havendo maneira de determinar ao certo, temos que pender para o lado
da maior probabilidade; e a maior probabilidade está na segunda hipótese. É mais
natural supor que a longuíssima permanência da humanidade em ficções sociais
criadoras de tirania faça cada homem nascer já com as suas qualidade naturais
pervertidas no sentido de tiranizar, do que supor que qualidades naturais podem ser
naturalmente pervertidas, o que, de certo modo, representa una contradição. Por isso
o pensador decide-se, como eu me decidi, com uma quase absoluta segurança, pela
segunda hipótese.''
``Temos, pois, que uma coisa é evidente... No estado social presente não é possível
um grupo de homens, por bem intencionados que estejam todos, por preocupados que
estejam todos só em combater as ficções sociais e em trabalhar pela liberdade,
trabalharem juntos sem que espontaneamente criem entre si tirania, sem criar entre si
uma tirania nova, suplementar à das ficções sociais, sem destruir na prática tudo
quanto querem na teoria, sem involutariamente estorvar o mais possível o próprio
intuito que querem promover. O que há a fazer? É muito simples... É trabalharmos
todos para o mesmo fim, mas separados.''
- Separados?
- Sim. V. não seguiu o meu argumento?
- Segui.
- E não acha lógica, não acha fatal esta conclusão?
- Acho, sim, claro... Disse eu: trabalharmos todos para o mesmo fim, mas separados.
Trabalharmos todos para o mesmo fim anarquista, cada um contribui com o seu
esforço para a destruição das ficções sociais, que é para onde o dirige, e para a
criação da sociedade livre do futuro; e trabalhando separados não podemos, de modo
nenhum, criar tirania nova, porque nenhum tem ação sobre o outro, e não pode
portanto, nem, dominando-o, diminuir-lhe a liberdade, nem, auxiliando-o, apagar-lha.
``Trabalhando assim separados e para o mesmo fim anarquista, temos as duas
vontades - a do esforço, e a da não criação de tirania nova. Continuamos unidos,
porque o estamos moralmente e trabalhamos do mesmo modo para o mesmo fim;
continuamos anarquistas, porque cada um trabalha para a sociedade livre; mas
deixamos de ser traidores, voluntários ou involuntários, à nossa cousa, deixamos
mesmo de poder sê-lo, porque nos colocamos, pelo trabalho anarquista isolado, fora
da influência deletéria das ficções sociais, no seu reflexo hereditário sobre as
qualidades que a Natureza deu.''
``É claro que toda esta tática se aplica ao que eu chamei de período de preparação
para a revolução social. Arruinadas as defesas burguesas, e reduzida a sociedade
inteira ao estado de aceitação das doutrinas anarquistas, faltando só fazer a revolução
social, então, para o golpe final, é que não pode continuar a ação separada. Mas
nessa altura, já a sociedade livre estará virtualmente chagada; já as coisas serão de
outra maneira. A tática a que me refiro só diz respeito à ação anarquista em meio da
sociedade burguesa, como agora, como no grupo a que eu pertencia.''
``Era esse - até que enfim! - o verdadeiro processo anarquista. Juntos, nada valíamos,
que importasse, e, ainda por cima, nos tiranizávamos, e nos estorvávamos uns aos
outros e às nossas teorias. Separados, pouco também conseguiríamos, mas ao
menos não estorvávamos a liberdade, não criávamos tirania nova; o que
conseguíamos, pouco que fosse, era realmente conseguido, sem desvantagem nem
perda. E, de mais a mais, trabalhávamos assim separados, aprendíamos a confiar
mais em nós mesmos, a não nos encostarmos uns aos outros, a tornarmo-nos mais
livres já, a prepararmo-nos, tanto pessoalmente, como aos outros pelo nosso exemplo,
para o futuro.''
``Fiquei radiante com essa descoberta. Fui logo expô-la aos meus camaradas... Foi
uma das poucas vezes em que fui estúpido na minha vida. Imagine V. que eu estava
tão cheio da minha descoberta que esperava que eles concordassem...''
- Não concordaram, é claro...
- Repontaram, meu amigo, repontaram todos! Uns mais, outros menos, tudo
protestou!... Não era isso!... Isso não podia ser!... Mas ninguém dizia o que era ou o
que é que havia de ser. Argumentei e argumentei, e, em resposta aos meus
argumentos, não obtive senão frases, lixo coisas como essas que os ministros
respondem nas câmaras quando não têm resposta nenhuma... Então é que eu vi com
que bestas e com que covardões estava metido! Desmascararam-se. Aquela corja
tinha nascido para escravos. Queriam ser anarquistas à custa alheia. Queriam a
liberdade, logo que fossem os outros que lha arranjassem, logo que lhe fosse dada
como um rei dá um título! Quase todos eles são assim, os grandes lacaios!
- E V., escamou-se?
- Se me escamei! Enfureci-me! Pus-me aos coices. Dei por paus e por pedras. Quase
que me peguei com dois ou três deles. E acabei por me vir embora. Isolei-me. Veio-me
um nojo àquela carneirada toda, que V. não imagina! Quase que descri no
anarquismo. Quase que decidi não me importar mais com tudo aquilo. Mas, passados
uns dias, voltei a mim. Pensei que o ideal anarquista estava acima destas quizílas.
Eles não queriam só brincar aos libertários? Não estava eu para brincar num caso
desses. Eles não tinham força para combater senão encostados uns aos outros, e
criando, entre si, um simulacro novo da tirania que diziam querer combater? Pois que
o fizessem, os parvos, se não serviam para mais. Eu é que não ia ser burguês por tão
pouco.
``Estava estabelecido que, no verdadeiro anarquismo, cada um tem que, por sua
própria forças, criar liberdade e combater as ficções sociais. Pois por minha própria
forças eu ia criar liberdade e combater as ficções sociais. Ninguém queria seguir-me
no verdadeiro caminho anarquista? Seguiria eu por ele. Iria eu só, com os meus
recursos, com a minha fé, desacompanhado até do apoio mental dos que tinham sido
meus camaradas, contra as ficções sociais inteiras. Não digo que fosse um belo gesto,
nem um gesto heróico. Foi simplesmente um gesto natural. Se o caminho tinha que
ser seguido por cada um separadamente, eu não precisava de mais ninguém para o
seguir. Bastava o meu ideal. Foi baseado nestes princípios e nestas circunstâncias
que decidi, por mim só, combater as ficções sociais.''
Suspendeu um pouco o discurso, que se lhe tornara quente e fluido. Retomou-o de ali
a pouco, com a voz já mais sossegada.
- É um estado de guerra, pensei eu, entre mim e as ficções sociais. Muito bem. O que
posso eu fazer contra as ficções sociais? Trabalho sozinho, para não poder, de modo
nenhum, criar qualquer tirania. Como posso eu colaborar sozinho na preparação da
revolução social, na preparação da humanidade para a sociedade livre? Tenho que
escolher um de dois processos, dos dois processos que há; caso, é claro, não possa
servir-me de ambos. Os dois processos, são a ação indireta, isto é, a propaganda, e a
ação direta, de qualquer espécie.
``Pensei primeiro na ação indireta, isto é, na propaganda. Que propaganda poderia eu
fazer só por mim? À parte esta propaganda que sempre se vai fazendo em conversa,
com este ou aquele, ao acaso e servindo-nos de todas as oportunidades, o que eu
queria saber era se a ação indireta era um caminho por onde eu pudesse encaminhar
a minha atividade de anarquista energicamente, isto é, de modo a produzir resultados
sensíveis. Vi logo que não podia ser. Não sou orador e não sou escritor. Quero dizer,
sou capaz de falar em público, se for preciso, e sou capaz de escrever um artigo de
jornal; mas o que eu queria averiguar era se o meu feitio natural indicava que,
especializando-me na ação indireta, de qualquer das duas espécies ou em ambas, eu
poderia obter resultados mais positivos para a idéia anarquista que especializando os
meus esforços em qualquer outro sentido. Ora a ação é sempre mais proveitosa que a
propaganda, exceto para os indivíduos cujo feitio os indica essencialmente como
propagandistas - os grandes oradores, capazes de eletrizar multidões e arrastá-las
atrás de si, ou os grandes escritores, capazes de fascinar e convencer com os seus
livros. Não me parece que eu seja muito vaidoso, mas, se o sou, não me dá, pelo
menos, para me envaidecer daquelas qualidades que não tenho. E, como lhe disse,
nunca me deu para me julgar orador ou escritor. Por isso abandonei a idéia da ação
indireta como caminho a dar à minha atividade anarquista. Por exclusão de partes, era
forçado a escolher a ação direta, isto é, o esforço aplicado à prática da vida, à vida
real. Não era a inteligência, mas a ação. Muito bem. Assim seria.''
``Tinha eu pois que aplicar à vida prática o processo fundamental de ação anarquista
que eu já tinha esclarecido - combater as ficções sociais sem criar tirania nova,
criando já, caso fosse possível, qualquer coisa da liberdade futura. Ora como diabo se
faz isso na prática?''
``Ora o que é combater na prática? Combater na prática é a guerra, é uma guerra,
pelo menos. Como é que se faz guerra às ficções sociais? Antes de mais nada, como
é que se faz guerra? Como é que se vence o inimigo em qualquer guerra? De uma de
duas maneiras: ou matando-o isto é, destruindo-o; ou aprisionando-o, isto é,
subjugando-o, reduzindo-o à inatividade. Destruir as ficções sociais não podia eu
fazer; destruir as ficções sociais só o podia fazer a revolução social. Até ali, as ficções
sociais podiam estar abaladas, cambaleando, por um fio; mas destruídas, só o
estariam com a vinda da sociedade livre e a queda positiva da sociedade burguesa. O
mais que eu poderia fazer nesse sentido era destruir - destruir no sentido físico de
matar - um ou outro membro da classes representativas da sociedade burguesa.
Estudei o caso, e vi que era asneira. Suponha V. que eu matava um ou dois, ou uma
dúzia de representante da tirania das ficções sociais... O resultado? As ficções sociais
ficariam abaladas? Não ficariam. As ficções sociais não são como um situação política
que pode depender de um pequeno número de homens, de um só homem por vezes.
O que há de mau nas ficções sociais são elas, no seu conjunto, e não os indivíduos
que as representam senão por serem representantes delas. Depois, um atentado de
ordem social produz sempre uma reação; não só tudo fica na mesma, mas, as mais
das vezes, piora. E, ainda por cima, suponha, como é natural, que, depois de um
atentado, eu era caçado; era caçado e liquidado, de uma maneira ou outra. E suponha
que eu tinha dado cabo de uma dúzia de capitalistas. Em que vinha isso tudo dar, e
resumo? Com a minha liquidação, ainda que não por morte, mas por simples prisão ou
degredo, a causa anarquista pedia um elemento de combate; e os doze capitalistas,
que eu teria estendido, não eram doze elementos que a sociedade burguesa tinha
perdido, porque os elementos componentes da sociedade burguesa não são
elementos de combate, mas elementos puramente passivos, pois o `combate' está,
não nos membros da sociedade burguesa, mas no conjunto de ficções sociais, em que
essa sociedade assenta. Ora as ficções sociais não são gente, em quem se possa dar
tiros... V. compreende bem? Não era como o soldado de um exercito que mata doze
soldados de um exército contrário; era como um soldado que mata doze civis da
nação do outro exército. É matar estupidamente, porque não se elimina combatente
nenhum... Eu não podia portanto pensar em destruir, nem no todo nem em nenhuma
parte, ficções sociais. Tinha então que subjugá-las, que vencê-las subjugando-as,
reduzindo-as à inatividade.''
Apontou para mim o indicador direito súbito.
- Foi o que eu fiz!
Retirou logo o gesto, e continuou.
- Procurei ver qual era a primeira, a mais importante, das ficções sociais. Seria a essa
que me cumpria, mais que a nenhuma outra, tentar subjugar, tentar reduzir à
inatividade. A mais importante, da nossa época pelo menos, é o dinheiro. Como
subjugar o dinheiro, ou, em palavras mais precisas, a força, ou a tirania do dinheiro?
Tornando-me livre da sua influência, da sua força, superior portanto à influência,
reduzindo-o à inatividade pelo que me dizia respeito a mim. Pelo que me dizia respeito
a mim, compreende V.?, porque eu é que o combatia; se fosse reduzi-lo à inatividade
pelo que respeita a toda a gente, isso não seria já subjugá-lo, mas destruí-lo, porque
seria acabar de todo com a ficção do dinheiro. Ora eu já lhe provei que qualquer ficção
social só pode ser ``destruída'' pela revolução social, arrastada com as outras na
queda da sociedade burguesa.
``Como podia eu tornar-me superior à força do dinheiro? O processo mais simples era
afastar-me da esfera da sua influência, isto é, da civilização; ir para um campo comer
raízes e beber água das nascentes; andar nu e viver como animal. Mas isto, mesmo
que não houvesse dificuldade em fazê-lo, não era combater uma ficção social; não era
mesmo combater: era fugir. Realmente, quem se esquiva a travar um combate não é
derrotado nele. Mas moralmente é derrotado, porque não se bateu. O processo tinha
que ser outro - um processo de combate e não de fuga. Como subjugar o dinheiro,
combatendo-o? Como furtar-me à sua influência e tirania, não evitando o seu
encontro? O processo era só um - adquiri-lo, adquiri-lo em quantidades bastante para
lhe não sentir a influência; e em quanto mais quantidade o adquirisse, tanto mais livre
eu estaria dessa influência. Foi quando vi isto claramente, com toda a força da minha
convicção de anarquista, e toda a minha lógica de homem lúcido, que entrei na fase
atual - a comercial e bancária, meu amigo - do meu anarquismo.''
Descansou um momento da violência, novamente crescente, do seu entusiasmo pela
sua exposição. Depois continuou, ainda com um certo calor, a sua narrativa.
- Ora V. lembrasse daquelas duas dificuldades lógicas que eu lhe disse que me
haviam surgido na princípio da minha carreira de anarquista consciente?... E V.
lembra-se de eu lhe dizer que naquela altura as resolvi artificialmente pelo sentimento
e não pela lógica? Isto é, V. mesmo notou e muito bem, que eu não as tinha resolvido
pela lógica...
- Lembro-me, sim...
- E V. lembra-se de eu lhe dizer que mais tarde, quando acertei por fim com o
verdadeiro processo anarquista, as resolvi então de vez, isto é, pela lógica?
- Sim.
- Ora veja como ficaram resolvidas... As dificuldades eram estas: não é natural
trabalhar por qualquer coisa, seja o que for, sem uma compensação natural, isto é,
egoísta; e não é natural dar o nosso esforço a qualquer fim sem ter a compensação de
saber que esse fim se atinge. As duas dificuldades eram estas; ora repare como ficam
resolvidas pelo processo de trabalho anarquista que o meu raciocínio me levou a
descobrir como sendo o único verdadeiro... O processo dá em resultado eu enriquecer;
portanto, compensação egoísta. O processo visa ao conseguimento da liberdade; ora
eu, tornando-me superior à força do dinheiro, isto é, libertando-me dela, consigo
liberdade. Consigo liberdade só para mim, é certo; mas é que como já lhe provei, a
liberdade para todos só pode vir com a destruição das ficções sociais, pela revolução
social. O ponto concreto é este: viso liberdade, consigo liberdade: consigo a liberdade
que posso... E veja V.: à parte o raciocínio que determina este processo anarquista
como o único verdadeiro, o fato que ele resolve automaticamente as dificuldades
lógicas, que se podem opor a qualquer processo anarquista, mais prova que ele é o
verdadeiro.
``Pois foi este o processo que eu segui. Meti ombros à empresa de subjugar a ficção
dinheiro, enriquecendo. Consegui. Levou um certo tempo, porque a luta foi grande,
mas consegui. Escuso de lhe contar o que foi e o que tem sido a minha vida comercial
e bancária. Podia ser interessante, em certos pontos sobretudo, mas já não pertence
ao assunto. Trabalhei, lutei, ganhei dinheiro; trabalhei mais, lutei mais, ganhei mais
dinheiro; ganhei muito dinheiro por fim. Não olhei o processo - confesso-lhe, meu
amigo, que não olhei o processo; empreguei tudo quanto há - o açambarcamento, o
sofisma financeiro, a própria concorrência desleal. O quê?! Eu combatia as ficções
sociais, imorais e antinaturais por excelência, e havia de olhar a processos?! Eu
trabalhava pela liberdade, e havia de olhar as armas com que combatia a tirania?! O
anarquista estúpido, que atira bombas e dá tiros, bem sabe que mata, e bem sabe que
as suas doutrinas não incluem a pena de morte. Ataca uma imoralidade com um
crime, porque acha que essa imoralidade pede um crime para se destruir. Ele é
estúpido quanto ao processo, porque, como já lhe mostrei, esse processo é errado e
contraproducente como processo anarquista; agora quanto à moral do processo ele é
inteligente. Ora o meu processo estava certo, e eu servia-me legitimamente, como
anarquista, de todos os meios para enriquecer. Hoje realizei o meu limitado sonho de
anarquista prático e lúcido. Sou livre. Faço o que quero, dentro, é claro, do que é
possível fazer. O meu lema de anarquista era a liberdade; pois bem, tenho a
liberdade, a liberdade que, por enquanto, na nossa sociedade imperfeita, é possível
ter. Quis combater as forças sociais; combati-as, e, o que é mais, venci-as.''
- Alto lá! Alto lá! disse eu. Isso estará tudo muito bem, mas há uma cousa que V. não
viu. As condições do seu processo eram, como V. provou, não só criar liberdade, mas
também não criar tirania. Ora V. criou tirania V. como açambarcador, como banqueiro,
como financeiro sem escrúpulos - V. desculpe, mas V. é que disse -, V. criou tirania. V.
criou tanta tirania como qualquer outro representante das ficções sociais, que V. diz
que combate.
- Não, meu velho, V. engana-se. Eu não criei tirania. A tirania, que pode ter resultado
da minha ação de combate contra as ficções sociais, é uma tirania que não parte de
mim, que portanto eu não criei; está nas ficções sociais, eu não ajuntei a elas. Essa
tirania é a própria tirania das ficções sociais; e eu não podia, nem me propus, destruir
as ficções sociais. Pela centésima vez lhe repito: só a revolução social pode destruir
as ficções sociais; antes disso, a ação anarquista perfeita, como a minha, só pode
subjugar as ficções sociais, subjugá-las em relação só ao anarquista que põe esse
processo em prática, porque esse processo não permite uma mais larga sujeição
dessas ficções. Não é de não criar tirania que se trata: é de não criar tirania nova,
tirania onde não estava. Os anarquistas, trabalhando em conjunto, influenciando-se
uns aos outros como eu lhe disse, criam entre si, fora e à parte das ficções sociais,
uma tirania; essa é que é uma tirania nova. Essa, eu não a criei. Não a podia mesmo
criar, pelas próprias condições do meu processo. Não, meu amigo; eu só criei
liberdade. Libertei um. Libertei-me a mim. É que o meu processo, que é, como lhe
provei, o único verdadeiro processo anarquista, me não permitiu libertar mais. O que
pude libertar, libertei.
- Está bem... Concordo... Mas olhe que, por esse argumento, a gente quase que é
levado a crer que nenhum representante das ficções sociais exerce a tirania...
- E não exerce. A tirania é das ficções sociais e não dos homens que as encarnam;
esses são, por assim dizer, os meios de que as ficções se servem para tiranizar, como
a faca é o meio que se pode servir o assassino. E V. decerto não julga que abolindo as
facas abole os assassinos... Olhe... Destrua V. todos os capitalistas do mundo, mas
sem destruir o capital... No dia seguinte o capital, já nas mãos de outros, continuará,
por meio desses, a sua tirania. Destrua, não os capitalistas, mas o capital; quantos
capitalistas ficam?... Vê?...
- Sim; V. tem razão.
- Ó filho, o máximo, o máximo, o máximo que V. me pode acusar de fazer é de
aumentar um pouco - muito muito pouco - a tirania das ficções sociais. O argumento é
absurdo, porque como já lhe disse, a tirania que eu não devia criar, e não criei, é
outra. Mas tem mais um ponto fraco: é que, pelo mesmo raciocínio, V. pode acusar um
general, que trava combate pelo seu país, de causar ao seu país o prejuízo do número
de homens do seu próprio exercito que teve que sacrificar para vencer. Quem vai à
guerra, dá e leva. Consiga-se o principal; o resto...
- Está muito bem... Mas olhe lá outra coisa... O verdadeiro anarquista quer a liberdade
não só para si, mas também para os outros... Parece-me que quer a liberdade para a
humanidade inteira...
- Sem dúvida. Mas eu já lhe disse que, pelo processo que descobri que era o único
processo anarquista, cada um tem de libertar-se a si próprio. Eu libertei-me a mim; fiz
o meu dever simultaneamente pra comigo e para com a liberdade. Por que é que os
outros, os meus camaradas, não fizeram o mesmo? Eu não os impedi. Esse é que
teria sido o crime, se os tivesse impedido. Mas eu nem sequer os impedi ocultandolhes
o verdadeiro processo anarquista; logo que descobri o processo, disse-o
claramente a todos. O próprio processo me impedia de fazer mais. Que mais podia
fazer? Compeli-los a seguir o caminho? Mesmo que o pudesse fazer, não o faria,
porque seria tirar-lhes a liberdade, e isso era contra os meus princípios anarquistas.
Auxiliá-los? Também não podia ser, pela mesma razão. Eu nunca ajudei, nem ajudo,
ninguém, porque isso, sendo diminuir a liberdade alheia, é também contra os meus
princípios. V. o que me está censurando é eu não ser mais gente que uma pessoa só.
Por que me censura o cumprimento do meu dever de libertar, até onde eu o podia
cumprir? Por que não os censura antes a eles por não terem cumprido o deles?
- Pois sim, homem. Mas esses homens não fizeram o que V. fez, naturalmente, porque
eram menos inteligentes que V., ou menos fortes de vontade, ou...
- Ah, meu amigo: essas são já as desigualdades naturais, e não sociais... Com essas
é que o anarquismo não tem nada. O grau de inteligência ou de vontade de um
indivíduo é com ele e com a Natureza; as próprias ficções sociais não põem praí nem
prego nem estopa. Há qualidade naturais, como eu já lhe disse, que se pode presumir
que sejam pervertidas pela longa permanência da humanidade entre ficções sociais;
mas a perversão não está no grau da qualidade, que é absolutamente dado pela
Natureza, mas na aplicação da qualidade. Ora uma questão de estupidez ou de falta
de vontade não tem que ver com a aplicação dessas qualidade, mas só com o grau
delas. Por isso lhe digo: essas são já absolutamente as desigualdades naturais, e
sobre essas ninguém tem poder nenhum, nem há modificação social que a modifique,
como não me pode tornar a mim alto ou a V. baixo...
``A não ser... A não ser que, no caso desses tipos, a perversão hereditária das
qualidades naturais vá tão longe que atinja o próprio fundo do temperamento... Sim,
que um tipo nasça para escravo, nasça naturalmente escravo, e portanto incapaz de
qualquer esforço no sentido de se libertar... Mas nesse caso..., nesse caso..., que têm
eles que ver com a sociedade livre, ou com a liberdade?... Se um homem nasceu para
escravo, a liberdade, sendo contrária à sua índole, será para ele uma tirania'''
Houve uma pequena pausa. De repente ria alto.
- Realmente, disse eu, V. é anarquista. Em todo o caso, dá vontade de rir, mesmo
depois de o ter ouvido, compara o que V. é com o que são os anarquistas que praí
há...
- Meu amigo, eu já lho disse, já lho provei, e agora repito-lho... A diferença é só esta:
eles são anarquistas só teóricos, eu sou teórico e prático; eles são anarquistas
místicos, e eu científico; eles são anarquistas que se agacham, eu sou um anarquista
que combate e liberta... Em uma palavra: eles são pseudo-anarquistas, e eu sou
anarquista.
E levantamos-nos da mesa.
Lisboa, janeiro de 1922.